Demon Time

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Olá, suas sem vergonha! Tudo bem? Voltando com mais um capítulo para vocês. Gostaria de avisar que teremos assuntos mais sérios sendo tratados neste capítulo. Leiam com cuidado, não quero causar gatilhos em vocês! Vamos resumir em um conteúdo +18.

Música do capítulo: Demon Time do Aaryan Shah. Sim, ele novamente. Sugiro que escutem no momento solicitado, vai ser ótimo.

Sem mais, boa leitura!

⚖️

— Eu quero que vá embora e nunca mais volte aqui, Camila. Eu não quero mais te ver. — Kraven disse com a voz alta, me colocando em estado de desespero.

Tentei me aproximar dela, mas suas mãos fizeram um movimento rápido para impedir que eu me aproximasse. Seus olhos estavam vermelhos naquele momento, demonstrando o quanto ela estava tentando controlar as próprias lágrimas mais uma vez, porque ela sentia mais raiva do que qualquer outra coisa e havia um alerta em seu olhar para que eu ficasse longe.

— Não me toque! Nunca mais! — Ela gritou, se afastando e dando passos para trás.

— Não faça isso, Kraven! Podemos conversar, por favor?! — Eu supliquei, mas ela balançou a cabeça, com seus olhos frios em minha direção.

— Eu já fiz. — Foi tudo o que ela disse. — Eu quero você longe da minha vida para nunca mais voltar! Isso foi um erro.

Naquele momento, a minha mente desligou.

Dez horas antes.

Estava com as mãos na cabeça, olhando para o chão claro do Norton Hospital naquele momento. Conseguia ouvir o som das sirenes, as vozes em minha volta, as macas sendo arrastadas, mas não conseguia reagir como deveria. Nunca estive naquela posição, estava devastada. Sentia a dolorosa sensação de culpa se aproximando e não conseguia nem mesmo olhar para o meu irmão. Sabia que estava sendo observada por Christian, só que não tinha como encará-lo naquele momento.

— O que você tinha na cabeça, Camila? Me diga. — Christian me perguntou, e eu suspirei.

Estava tão envergonhada, preocupada com o que aconteceria que não sabia como reverter aquela situação. Me sentia sufocada, então tirei o meu próprio jaleco do corpo e joguei para o lado, sentindo uma ansiedade inevitável. Precisava encarar aquilo como uma adulta, não poderia fugir de minhas responsabilidades. Levantei a cabeça, encarando Christian que estava encostado em sua mesa, em pé, me olhando sentada em uma das poltronas de sua sala.

— Eu não sei onde estava com a cabeça. Eu sinto muito! — Falei, sentindo a terrível agonia pelo meu erro.

— Camila, você poderia ter causado a morte de um paciente. — Christian falou e aquilo foi um soco em meu estômago.

— Eu jamais cometeria um erro assim, Christian. Eu não sei o que aconteceu! — Respirei fundo algumas vezes, tentando não perder a ética. Era tanta culpa.

— Já vimos casos assim acontecendo e falamos constantemente sobre. Você tem ideia da proporção disso? Você nunca errou! — Ele disse assertivo, me olhando de maneira confusa, assombrosa até.

Dava para sentir em seu tom que ele estava claramente tenso, havia uma surpresa em sua voz. Era quase como se ele estivesse gostando. Isso não era possível, era?

Um erro médico jamais poderia ser conveniente aos olhos de outro médico. Acredito que Christian nunca me viu cometer erros, além de banalidades que ocorrem no início de uma formação. Podia apenas estar chocado, como eu estava. Eu estava perturbada com as palavras proferidas e precisava urgentemente agradecer a minha equipe e Christian por ter visto o que eu não vi.

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