Shameless

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Olá, suas sem vergonha! Feliz 1° de Abril. Hoje é o dia da mentira, mas teremos o penúltimo capítulo de verdade. Ele está enorme, mas espero que gostem.

Antes de prosseguirmos, dois avisos: Foi dito no capítulo anterior que Lauren estava com 6 meses, mas eu errei as contas. Na verdade, são 4 meses! Desculpem, eu tenho problema de dicção e isso atinge meus dedos.

E o segundo aviso e mais importante, este capítulo mostra um breve conteúdo +18; abuso sexual e violência explícita. Então leiam com cuidado e responsabilidade. Eu também tive responsabilidade com a escrita, mas ainda assim, deixo aqui esse cuidado ao alertar.

Música do capítulo: Shameless da Camila Cabello. (FINALMENTE.)

Sem mais delongas, comentem bastante e, boa leitura!

Antes de se tornar um pesadelo, este mesmo pesadelo já foi um sonho.

Os gritos eram ouvidos há distâncias consideráveis naquela manhã. O estacionamento do Norton Hospital, que sempre foi um lugar onde as pessoas chegavam para cuidar de suas enfermidades, agora era o cenário perfeito para uma trama característica de muito horror e traumas eternizados, orquestrados pelos tiros disparados por Layla Sinclair.

A polícia estava próxima, assim como a ajuda. A comoção era crescente conforme o tempo se passava e fluido corporal carmesim de todos os atingidos espalhava-se pelo chão. O sangue tinha cheiro e este cheiro era muito forte naquele dia.

Os olhos familiares e, atualmente, opacos que prolongaram sua existência por longos anos, agora eram apenas o reflexo de uma cápsula, distante do hospedeiro que agora não corresponderia mais a nenhum retorno de vida.

Eu estava ao chão, olhando para os olhos de James Norton, meu pai, como se ele me sugasse consigo, conforme pude inicialmente sentir uma ardência provocada pela dor latente em meu braço, unindo o meu sangue ao seu, misturando-se de uma maneira horripilante. A diferença é que meu sangue ainda fluía pela minha vida e o dele, era apenas um vazamento sem propósito.

O sangue causado pela bala que atingiu de raspante em minha pele, foi o que me fez cair, levando minha esposa Lauren comigo para fugir das tentativas de acerto de Layla Sinclair quando a mesma recebeu um tiro certeiro em suas costas pelo segurança do Norton Hospital, que agiu nervosamente para contê-la antes que ela nos levasse consigo como estava determinada a fazer.

O resultado daquilo, fez Layla ser atingida e controlada. Ela caiu, mas seu último objetivo foi me levar consigo como ela sempre quis, apenas de uma maneira ainda mais terminante. Tirei os olhos do homem sem vida que foi conhecido como o meu pai e vi Layla mais adiante ao chão, com a arma há alguma distância segura de sua mão porque ela não teve mais forças para segurá-la após deixar um grito perturbador escapar e ceder sem força.

A dor se espalhou pelo meu braço quando eu tentei me mover com um único objetivo ao perceber que aquela dor me tornaria mais vida do que antes, se isso significasse que Lauren, minha esposa e mãe de minha criança, estava respirando.

Pensar nela me fez rapidamente sentir o toque familiar e único tocando o meu ombro, me irradiando um calor mediante ao profundo frio que eu estava a sentir após presenciar todo o cenário macabro vivido por meus próprios olhos. Quando eu pude virar estes mesmos olhos em direção ao contato, encontrei os olhos verdes de Lauren. A voz estava distante e eu não pude ouvi-la imediatamente, até conseguir prestar atenção inteiramente ao fato de que ela estava assustada, com lágrimas nos olhos e resfolegando, mas ela estava viva.

— Camila! — Ela me chamou.

Sorri em alívio entre uma respiração escassa ao vê-la sem um único arranhão. Movi a minha mão trêmula para a sua protuberância, me certificando que nada havia ousado ferir quem eu mais amaria com a vida que eu estava disposta a dar, além da mulher que segurou o meu rosto. Os olhos focados me fizeram despertar para ela, ouvindo-a.

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