Big Jet Plane

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Olá, suas sem vergonha! Mais um capítulo para vocês. Posso demorar um pouco mais para atualizar agora, porque estou tendo muito trabalho e questões pessoais sendo resolvidas. Mas garanto que não demorarei a voltar!

Música do capítulo: Big Jet Plane, Angus & Julia Stone. Vale a pena o play no momento solicitado.

E sem mais, boa leitura!

"Sempiterno."

Passava o lápis lentamente sobre uma folha, movendo os dedos em uma calmaria sem pressa. Meus pensamentos estavam perdidos sem medo e leves como uma pluma enquanto eu traçava os detalhes de Camila Norton no papel em branco. Havia começado a mover o grafite sem me dar conta do que meus dedos queriam reproduzir. E lá estava, aqueles lábios inesquecíveis da mulher que os usava para me tirar o fôlego constantemente.

Ao colocar mover os dedos, trabalhei em dedicar-me aos nariz e aos olhos. Geralmente, era necessário olhar o modelo que se estava desenhando para conseguir os detalhes com tanta precisão e perfeição, mas eu não precisava que Camila estivesse ali para que eu conhecesse mentalmente cada parte de seu belo rosto. Havia me aperfeiçoado em admirá-la e sua imagem estava registrada em mim.

Sempiterno.

A palavra novamente me atingiu. Sua origem vem do latim Sempiternus, reunindo as palavras Semper e Aeternus. Com isso temos "sempre" e "eterno" unificadas em uma única junção e função. Poderia algo ser imutável daquela maneira?

Acabei sentada na minha mesa de estudos no quarto, organizando meus materiais naquela noite porque estava me preparando para um novo desafio que aconteceria no próximo dia. Estava nervosa ao pensar, então desliguei a minha mente e desfrutei do que eu fazia melhor com um lápis em mãos. Minha mente estava nela e assim continuaria até que ela voltasse para mim.

Não demorou muito até que aquele perfume floral agridoce retornasse para entrar em contato com meus sentidos, fazendo com que eu fechasse os olhos em automático para sentir a sua aproximação, antes mesmo que ela estivesse realmente ali.

Me mantive assim até sentir os braços de Camila envolvendo-me por trás, me arrepiando em cada fibra ao ter suas mãos se deleitando por meu busto de maneira contrária até cobrir as mãos sobre os meus ombros, delicada e gentil. Sorri quando ela se abaixou sem dizer nada, apenas para trazer seu rosto à altura do meu, cobrindo minha face de beijos suaves. Senti aquela tentação carnuda, quente e macia trilhando um caminho em direção a minha boca, então me virei levemente para beijar-lhe os lábios.

Ouvi o som de satisfação que ela deixou escapar enquanto dividimos um beijo lento, me fazia estremecer como ela demonstrava adoração ao ato de me beijar. Era sublime. Eu poderia até dizer que ela depositava suas saudades ao pressionar delicadamente mais aquele beijo, como se não tivesse me beijado por várias vezes no dia anterior. Nunca tive em minha vida alguém tão disposta em demonstrar adoração como Camila fazia. Em atos, olhares e em palavras, ela era completamente dedicada em suas devoções explícitas.

Afastei os lábios dos dela e abri os olhos devagar, encontrando o sorriso dela para mim, já me avaliando com expectativas.

— Devo presumir que sentiu saudade? — Sua voz tinha tons de presunção. Convencida.

— Você demorou. — Sussurrei ao admitir daquela maneira e o sorriso dela abriu ainda mais.

— Perdoe-me, precisei resolver com Samuel aquelas questões urgentes que tinha falado para você.

— Mas está tudo bem? — Perguntei, observando seu rosto tão próximo.

— Sim! — Ela disse, desviando o olhar para a folha que eu desenhava. Droga, ela ficaria ainda mais convencida. Mas trouxe minhas malas.

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