O ᴛᴇᴍᴘᴏ ᴄᴏᴍ ᴠᴏᴄᴇ̂ | Bᴇᴏᴍʀʏᴜ

Capítulo 2.

Carta e problemas à tona

—Ryujin!_ Yeji chegou em sua sala saltitando, indo até ela._ Tenho duas notícias para te dar._ Seu sorriso ia de orelha à orelha.

—Hum_ Remungou abrindo os olhos, deu uma olhada para o relógio de parede da sala, meio dia._ O que foi?_ Sua voz saiu meio sonolenta.

—Eu dei uma passada no nosso quarto, eu tinha esquecido o livro de matemática, sabe como aquele professor é né. Insuportável.

—Prossiga._Esticou suas pernas e braços totalmente relaxada, nem se deu conta que dormiu por tanto tempo.

—Tinha uma carta na porta!_ Sussurrou baixo como se estivesse contando um segredo.

—E?

—Era pra você!_ Ela balançou o ombro da menor_ "Para Shin Ryujin", fiquei surpresa.

—Ah._ Foi sua reação.

—Eu não abri já que era pra você, mas queria saber do que se tratava.

—Pode abrir se quiser_ Bocejou._ Qual a outra notícia?

—A outra notícia é que hoje tem pizza na cantina._ Ryujin rapidamente abriu os olhos.

—Por que não disse logo?_ Se levantou correndo puxando Yeji pelo braço.

—É isso que te deixou animada?

[...]

"Esperei você me olhar pelo menos uma vez hoje, fiquei triste :(

E de nada!"

—Como assim é só isso?_ Yeji terminou de ler a carta_ Achei que seria mais romântico. Sabe de quem é?

—Não.

...

—Não vai falar nada?_ Perguntou esperando alguma reação da menor_ Não está curiosa para saber?

—Eu tô comendo!_ Falou com a boca cheia._Eu não faço ideia de quem mandou_ Deu outra mordida na pizza de queijo.

—Tô chateada, queria tanto ir para uma praia._ Yeji viu pelas grandes janelas do refeitório, a chuva não parava nem por um segundo.

—Tenta fazer outra coisa, dormir, descansar, dormir, meditar, já disse dormir?

—São as únicas coisas que você faz, por que não tenta se enturmar com o pessoal?

Ryujin só fez suspirar fundo, vendo ao longe, sua irmã Yuna.

Pensou em ir até lá para cumprimenta-la, não havia ido para casa esse fim de semana, mas a garota estava tão feliz conversando com as pessoas de sua mesa que preferiu não atrapalhar.

—Por que não vai falar com ela?_ Percebeu o olhar de sua amiga sobre Yuna do outro lado do refeitório.

—Hum?

—É sua irmã, não acha que ela vai ficar chateada se não for falar com ela?

—Eu falo depois_ Ela não iria falar depois. Acabou se distanciando da irmã sem motivo algum, elas ainda se falam, mas é sempre Yuna que está iniciando a conversa.

[...]

—Ryu, você tem visita._ Yeji abriu a porta completamente, deixando a garota alta entrar._ Vou deixar vocês aqui._ Saiu.

—Oi!_ Yuna se aproximou dando um abraço em sua irmã, ela retribuiu meio sem jeito

—Oi.

...

—Como está indo?_ Perguntou com as mãos no bolso, fazia isso quando estava nervosa e tentava relaxar

—Bem, já conheci algumas pessoas, e Kai também veio estudar aqui, então...

—Ah, que bom.

Um silêncio constrangedor estava naquele quarto, acabaram o assunto completamente.

—Como você veio?_ Ryujin perguntou se lembrando de algo.

—De carro.

Carro...

—Ah.Como está o pai?_ Fazia muito tempo desde que o via.

—Bem, na medida do possível. Ainda está fazendo terapia, ele não saiu do hospital desde então._ Viu o seu pai indo com frequência para o hospital desde que se entendia por gente. Yuna nunca entendeu o que havia de errado com ele, sua mãe e sua irmã nunca quis dizer._Você deveria falar com ele.

—Viu como ele ficou da última vez quando me viu. Não vai dar certo._ Se afastou da irmã indo até a porta.

—Você deveria falar mesmo assim, aquelas crises não são normais, talvez você possa ajudar nosso pai.

—Yuna, por favor._ Sua respiração começou a acelerar_ Pare com isso.

—Por que está se afastando da sua família? Ele também precisa de você!

—Chega Yuna! Eu não quero mais falar disso!._ Aumentou o tom de voz, coisa que ela nunca havia feito.

A de cabelos cumpridos passou por ela saindo do quarto com raiva, estava tentando ter uma conversa com a irmã, mas estava sendo difícil.
Estava preocupada com seu pai, e nem sequer se lembrava quando o viu em sã consciência

Não era fácil para elas.

Não era fácil para Ryujin.