Capítulo 16.

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6 anos depois

—Mais uma foto!_ Apertou o botão de sua câmera, registrando mais um momento do casal que se casava._ Ficou ótima!_ Beomgyu mostrou a foto aos noivos, que ficaram satisfeitos com o resultado._ Eita, o horário. _ Já estava um pouco tarde, e havia prometido à sua esposa que chegaria antes do jantar._ Preciso ir, enviarei as fotos em até três dias, felicidades ao casal.

—Espere, não pode ir antes de levar alguns salgados._ A mulher prontamente preparou algumas comidas para Beomgyu levar.

[...]

Ligou o rádio enquanto dirigia até sua casa, faltando alguns minutos para chegar, Choi ligou para Ryujin. Demorou alguns segundos e deu caixa postal, talvez ela estivesse ocupada.

Sorriu ao ver a foto dela empendurada em uma pequena moldura imaginou ela comendo os docinhos do casamento muito feliz, a Shin recentemente está amando doces.

As gotas de água começaram a cair, ele olhou para o céu e viu as nuvens carregadas de chuva. Seu coração acelerou ao pensar algo ruim acontecendo com Ryujin, acelerou o carro com tudo passando do semáforo. Tentou ligar para ela novamente, mas ela não atendia de jeito nenhum.

Assim que deixou o carro na garagem, entrou com tudo na casa, se assustando ao ver Ryujin com o corpo um pouco encolhido na cozinha.

—RYUJIN!_ Ele gritou indo correndo até ela, essa que se virou sem entender o porquê o marido estava fazendo esse escândalo_Por que está chorando?

—Aish, odeio cortar cebola._ Ele olhou para a bancada vendo inúmeras cebolas cortadas._ Meu olho tá ardendo muito!_ Foi rapidamente até a pia lavar o rosto._ Por que chegou apressado assim? Aconteceu alguma coisa?

—Está chovendo!_ Ele apontou para a janela, a chuva já havia piorado bastante_ Achei que tinha acontecido alguma coisa com você_ Ele correu até ela e a beijou com vontade, como se fosse uma forma de alívio dele. Ryu ficou surpresa com o beijo repentino, mas por um momento ela esqueceu do olho que parecia queimar de tanta ardência.

—Você e essa teoria maluca de que controlo o tempo._ Assim que acabou de dizer, uma trovoada forte clareou a janela da sala, eles se olharam brevemente pelo susto_ Não sei de onde tirou isso.

—Não é óbvio? No dia que o sol apareceu de novo, foi o dia em que vi você sorrir pela primeira vez._ Mais tranquilo, guardou seus equipamentos de câmera e voltou a ficar ao lado da esposa, que agora fritava carne junto com a cebola cortada.

—Não controlo tempo meu amor, eu sou o tempo_ Piscou para ele fazendo piada da situação. _ Pode colocar os pratos ali? Já está quase pronto.

Casados. Sim, eles já são casados. Uma festa enorme com dezenas de pessoas e uma decoração magnífica não combinavam com eles. O casamento foi bem pequeno, para apenas familiares e amigos_ que não eram tantos_.

Ryujin ainda se lembra de como sua amiga Yeji ficou quando pegou o buquê no ar, e o rosto vermelho de Yeonjun que provavelmente já estava na terceira garrafa de Soju. O casal Lia e Soobin, que conheceu na faculdade, estavam tentando segurar o outro casal: Chaeryeong e Taehyun, também amigos, que cantavam absurdamente alto no Karaokê. Sua irmã Yuna seguia comendo sua comida em uma poltrona próxima à mesa, enquanto Kai dormia tranquilamente em seu ombro. A avó de Beomgyu conversava animadamente com sua mãe sobre ter bisnetos e deixou bem claro que queria pelo menos três para dar alegria à casa.


Aquele dia não poderia ter sido melhor, se pudesse viver aquilo de novo, faria por pelo menos mais cem vezes.
Mas ela ainda se pegava pensando como seria se seu pai a levasse para o altar, mas o senhor já estava doente demais, havia morrido dois anos antes de se casar, ainda se lembrava da última conversa que teve com ele:

"—Eu não vou conseguir morrer em paz sabendo que não posso ter seu perdão, e eu sei que não mereço ele", Disse com certa dificuldade, tossindo muito na cama daquele quarto que vivia vinte e quatro horas

Shin não sentia mais raiva dele, mas se arrependeu das vezes que poderia ter o visitado mais, mesmo não tendo a presença do pai durante a maior parte de sua vida.

"—Eu te perdoo pai, e sei que Jeemin queria isso também" Segurou suas mãos gélidas e encarou aqueles olhos com pouco brilho, mas ele se esforçou para dar um mínimo sorriso

"—Se existir uma outra vida, me deixe ser seu pai de novo, não vou errar, vou passar o maior tempo possível com você, e vou te dar todo o carinho que não pude te dar nessa vida."

Ryujin já se encontrava em lágrimas, não foi atoa que ele queria vê-la por último, ele queria que ela fosse a última pessoa que seus olhos iriam ver.

"—Eu ia gostar de ser sua filha._ Enxugou os olhos e fungou o nariz_ Se encontrar Jeemin, abrace ela com toda a força do mundo"

"—Acha que ela vai querer me ver?"

"—Vai sim."_ Sorriu tentando reconfortar o senhor, mas seus olhos já estavam quase se fechando, Ryu viu seu último sorriso ao saber que veria sua filha caçula.

[...]

—Amor!_ Ryujin se assustou vendo Beomgyu estralar os dedos em sua frente_ Você pensou bem longe agora.

Estava lembrando do acontecido, estava tão imersa em seus pensamentos que não viu ele lhe chamando.

—Desculpa_ Ela olhou a caixa de doces que ele havia trago, pegando mais e colocando na boca_ Vamos dormir, precisamos acordar cedo amanhã.

—Poderíamos viajar à tarde, mas sabe como é minha avó, está morrendo de saudades de você._ Sorriu vendo a mulher se gabar por isso.

O ᴛᴇᴍᴘᴏ ᴄᴏᴍ ᴠᴏᴄᴇ̂ | BᴇᴏᴍʀʏᴜOnde histórias criam vida. Descubra agora