𝐃𝐞𝐳𝐞𝐦𝐛𝐫𝐨, 𝟐𝟎𝟐𝟐, 𝐝𝐨𝐦𝐢𝐧𝐠𝐨
— e aí, karolzinha? como tá' o nariz? — Duda perguntou assim que adentrou o elevador.
— bem melhor! valeu por perguntar, Dudinha— agradeci enquanto sorria.
Já haviam se passado alguns dias desde que levei a bolada no nariz. Lucas se desculpava a cada momento em que me via, mesmo depois eu alegar que não havia sido um problema; afinal acidentes acontecem.
O silêncio prevaleceu no elevador até o momento em que caminhamos em direção ao restaurante do hotel.
Nenhuma de nós estava muito tranquila para conversar fiado hoje. Era o último dia de jogo; era o último jogo da copa; o jogo decisivo.
A França não estava para brincadeira, assim como Brasil também não estava. Tínhamos total consciência de que não seria um jogo fácil e muito menos tranquilo.
Estava angustiada e tenho certeza que compartilhava deste sentimento com os brasileiros esperançosos em suas casas.
Ondas de calafrios passavam pela minha coluna e minha cabeça doía.Não consegui comer nada antes do jogo, mesmo que meu prato estivesse cheio naquele momento. Sentia como se algo fechasse a garganta, impedindo que qualquer coisa passasse por ela.
Os olhos já se encontravam lacrimejados e eu tentava respirar fundo para manter a "calma" que, nesse momento, era quase nula.
Seguimos ao estádio e diferente de mim, todos estavam alegres e felizes nas arquibancadas, a esperança pairava sobre a torcida brasileira.
Senti meu estômago revirar ao ver os jogadores entrarem em campo, estava com a cabeça longe e ao menos conseguia ouvir qualquer coisa de Isa ou Duda falassem para mim.
Ainda sentia os calafrios e suava frio, abaixei a cabeça e respirei fundo.
A melodia do hino nacional pairou o local e levantei a cabeça tentando me recompor e voltar a postura.
🌼
O primeiro tempo se findou e, como imaginei, não foi nada fácil. A França liderava com um gol, e eu implorava a Deus que o velho do Tite fizesse boas escolhas nesse segundo tempo.
A essa altura já havia me sentado e bebido muita água, continuava em silêncio e a vontade de chorar aumentava.
Um sentimento de luto já pairava o local da torcida brasileira, já não tínhamos muita esperança a essa altura do campeonato. Sabíamos que não seria fácil que o jogo virasse.
O segundo tempo de iniciou e nos mostrou as trocas que Tite tinha feito no jogo, o que me impressionou foi que Gabriel tinha entrado.
Neste momento me pus de pé e pareceu que todo o peso que tinha nas costas sumiu, evaporou.
Respirei fundo e fechei os olhos enquanto orava e pedia a Deus para o sucesso do jogo.
Gol.
Gol do Gabriel.
Seu segundo gol na copa do mundo.
Neste momento foi como se tirassem um tampão de meus ouvidos e comecei a escutar os gritos eufóricos da torcida.
Gab me tentou me achar nas arquibancadas e assim que me encontrou, já que ficávamos em lugares estratégicos, me jogou um beijinho e sorriu antes que fosse abraçado pelos jogadores.
Senti Isa e Duda me balançarem e eu só sabia chorar e sorrir.
Uma pontinha de esperança surgiu em meu peito e me explodi de chorar quando o último gol da partida veio.
Raphinha fez o gol decisivo para que fossemos campeões, senti como se meus tímpanos fossem explodir com os gritos dos brasileiros a minha volta.
Os gritos foram ainda mais fortes quando o jogador pôs a bola sob a camisa.
Taia estava grávida.
Abri a boca em choque enquanto me virava para ela que estava na arquibancada abaixo da nossa.
— PARABÉNS, TAIA!!! QUE VENHA COM MUITA SAUDE — gritei para que ela pudesse ouvir, já que a afobação se fazia presente nesse momento.
Só então a minha ficha caiu.
O jogo acabou e nós fomos campeões. GANHAMOS A COPA DO MUNDO DE 2022!!!!!
Me virei para Isa que já tinha o rosto todo sujo e borrado de verde e amarelo. Nos abraçamos enquanto chorávamos juntas.
🌼
— estou muito orgulhosa de todos vocês, meninos — disse assim que a palavra me foi dada.
Estávamos jantando todos juntos no restaurante, e todos da mesa já tinham falado alguma coisa, só havia restado eu.
— eu agradeço muito a Deus e a cada um de vocês que fizeram esse sonho se tornar possível — continuei — imagino a alegria dos brasileiros em suas casas, as festas, os fogos que estão soltando, o churrasco que estão fazendo, e o quanto estão gritando.
Respirei fundo e tentei contar as poucas lágrimas que haviam restado em meu corpo.
— vocês arrasaram muito e não se deixaram abalar em momento nenhum — sorri enquanto olhava para cada um dos jogadores presentes — independente de terem entrado em jogo ou não; vocês fizeram por merecer! convivendo com vocês aqui, percebi que somos uma família.
— uma grande família! — Richarlison disse
— sim — sorri abertamente — uma grande família! parabéns aos papais do ano, que o bebê de vocês venha com muita saúde. O bebê do hexa!
Gritos e assobios se fizeram presentes no local e um sorriso se fez presente em meu rosto.
Sentei novamente em minha cadeira e senti um beijo de Gabriel sendo depositado em meus lábios.
Eu estava feliz, estava radiante neste momento.
Queria viver aqui para sempre, queria que isso durasse para sempre.
Em dois dias todos estariam indo embora, e sabe-se lá Deus quando estaríamos todos juntos novamente.
Eu só queria que isso durasse para sempre.
notas:
não escrevo há séculos!!!!
sentiram saudades??
voltei para terminar a fic :(
mais uns dois/três capítulos e já vamos finalizar!!!
mas, de antemão, gostaria de agradecer a cada um de vocês que está aqui desde o início, ou que chegaram há pouco tempo...sou muito grata a cada um de vocês.obs: estou fazendo algumas alterações na escrita, por isso esse cap pode estar um tiquinho diferente, ok?
🤍
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UM FIO DE AMOR - GABRIEL MARTINELLI
Romance𝐔𝐦 𝐜𝐚𝐟𝐞́ 𝐞 𝐮𝐦 𝐚𝐦𝐨𝐫. 𝐐𝐮𝐞𝐧𝐭𝐞𝐬, 𝐩𝐨𝐫 𝐟𝐚𝐯𝐨𝐫. Prima de Fábio Vieira, Karoline embarca em um relacionamento amoroso com Gabriel Martinelli. ©n1k4rn #🥇 𝐞𝐦 𝐛𝐫𝐚𝐬𝐢𝐥 - 𝟐𝟓•𝟎𝟏•𝟐𝟑 #🥇 𝐞𝐦 𝐜𝐨𝐩𝐚 - 𝟏𝟖•𝟎𝟐•𝟐𝟑 #...