31

701 40 280
                                    

Após meses atuando, ensaiando e se esforçando, o tão esperado dia chegou. Sem surpresas, dessa vez Tara poderia explodir a qualquer momento.

— Eu acho que dormi por trinta minutos no máximo hoje! — Exclamou.

— Você vai se sair bem — Amber riu fraco, pegando macarrão no colo. — Eu e ele vamos torcer por você.

— Eu amo vocês — Tara suspirou, beijando o gatinho e logo em seguida, bicando os lábios de sua namorada. — Espero que dê tudo certo.

— Não fique pensando no pior — Amber se encostou no sofá. — Olha, ainda temos uma manhã toda para relaxar, certo? A peça é apenas mais tarde.

— Não acho que essa manhã seja feita para relaxar, sinto que posso entrar em um surto a qualquer momento!

— Ei — Amber sussurrou, largando macarrão no chão por um instante. Seus braços se esticaram, o suficiente para chegar com as mãos no rosto de Tara. — Você se lembra daquele exercício de respiração? Vamos tentar novamente.

— Tudo bem — Carpenter aceitou, fechando seus olhos lentamente.

Suas respirações ficaram sincronizadas, inspirando e soltando todo aquele ar, se acalmando devagar.

Continuaram na mesma posição, apenas para aproveitar um pouco do tempo de pura calmaria e paz.

— E aí? — Amber abriu os olhos. — Se sente mais calma?

— Sim, obrigada por isso — Tara segurou em sua mão.

Na verdade, não eram os exercícios de respirações que ajudavam a Carpenter para manter a calma, sempre foi a presença de Amber e todo o seu cuidado, apoio e amor .

— Eu vou cortar umas frutas para você comer, tá bom? — Amber beijou sua testa. — Por favor, não exploda de ansiedade. — Disse, caminhando para a cozinha.

Tara permaneceu na sala, mudando o filme que estava passando para Beetlejuice. Junto de jogos vorazes, era um dos filmes favoritos da Carpenter.

Mesmo assistindo ao filme, não conseguiu ficar quieta. Por conta de todo o incômodo, optou por ir até a cozinha e implicar com a sua namorada como faz todo dia.

Prestes a passar, macarrão surpreendeu Tara após pular na frente dela aleatoriamente, tentando dar um susto na Carpenter e agarrando em seu pé.

— O que está fazendo?! — Tara riu, olhando o gatinho e pegando ele no colo.

Foram para a cozinha e a Carpenter observou a sua namorada utilizando uma faca afiada para cortar alguns morangos, maçãs e bananas.

— Eu vou tomar um banho rápido, nós já estamos atrasadas!

— Nós estamos adiantadas! — Amber me olhou assustada. — Você é uma maníaca por horários.

— Eu sinto muito se gosto de chegar em ponto, Freeman! — Pegou a sua toalha na maçaneta da porta.

Amber sorriu extremamente bobinha, encarando a Carpenter sem dizer uma palavra. Acabou ficando tão distraída que, na mesma hora, cortou o seu dedo.

— Aí, merda! — Resmungou, soltando a faca e deixando o sangue pingar na pia.

— Ei! — Tara arregalou os olhos. — Você está bem? Foi fundo?

— Está tudo bem — Amber afirmou. — Foi um corte bobo.

— Certeza? — Tara abriu a torneira, puxando o dedo de Amber para a água. — Vou ver se tenho um curativo para isso.

Amber sentiu arder, mas resolveu não resmungar novamente. Olhou o corte mais uma vez, vendo que realmente não foi grave, mesmo que estivesse doendo.

delicate (tamber)Onde histórias criam vida. Descubra agora