29.

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Amber
Freeman

— Acorda! — Tara jogou um travesseiro no meu rosto. Eu estava tão sonolenta que apenas resmunguei algo que nem entendi direito.

— Acorda logo! — Tara arrancou o meu edredom e bufou. — Amber, se chegar atrasada, acabou para você.

— Eu estou de repouso! — Falei revirando os olhos, me sentando na cama.

— Repouso?!

— Exato, como vou escrever com o meu braço machucado?

— Amber, você nem escreve com esse braço.

— Não importa! — Fui pega de surpresa, sem algum tipo de resposta para usar como desculpa dessa vez.

— Amber Freeman! — Tara cruzou os braços, me encarando.

— Tá bom! — Me levantei, levemente emburrada por ter que acordar tão cedo. Caminhei para o banheiro, sem dizer mais nada.

Encostei a porta, começando a tirar as minhas roupas, com cuidado por conta do corte. Eu continuei com os meus olhos pesados, quase dormindo em pé.

Tomei um susto quando Tara apareceu, me olhando preocupada. — Você está bem?

— Sim, eu não sou feita de vidro, não vou quebrar. — Brinquei, rindo fraco.

Entrei dentro do box, ligando o chuveiro e dando um respiro fundo quando a água morna desceu para o meu corpo.

Observei Tara tirar as suas roupas também, indo em direção ao box e entrando comigo. — Não estamos tão atrasadas, na verdade, estamos duas horas adiantadas.

Quase engasguei quando Tara disse isso, engolindo um pouco de água. — Duas horas?!

— Sim — Tara me respondeu como se não fosse nada demais. — Assim dá tempo para fazer tudo, você é muito lenta.

— Você me enganou — Juntei as minhas mãos, colocando um pouco de água e jogando no rosto dela.

— Pare com isso — Tara riu fraco, se aproximando para se molhar também. — Você ainda está sentindo dor? — Olhou para o braço.

— Não muito — Dei de ombros.

— Desculpa por isso — Tara pegou em meu braço delicadamente. — Minha mãe está longe de nós duas agora.

— Você está bem com isso? — Coloquei a mão em seu rosto.

— Melhor — Tara sorriu para mim — Obrigada por se preocupar comigo.

— Você é minha namorada — Falei o óbvio. — E eu definitivamente irei continuar me preocupando.

Tara me olhou silenciosamente e me empurrou para o lado. — Você está me deixando fora do chuveiro!

— Eu também tenho que tomar banho!

— Sai pra lá! — Tara me deu um tapa na bunda.

Me virei para ela incrédula, soltando um sorriso sarcástico logo em seguida. — Tara, sua tarada!

— Eu entendi o trocadilho, sua imbecil!

Terminamos o banho após diversos beijos e empurrões. Fui para o meu quarto, atrás de uma roupa para vestir hoje.

— Tara, onde está a minha jaqueta? — Falei alto o suficiente para ela escutar. — Eu te dei ela ontem!

— Não sei, deve estar aí — Tara respondeu na mesma altura.

delicate (tamber)Onde histórias criam vida. Descubra agora