Prólogo.

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Pedro Tófani Palhares.
São Paulo, Brasil.
13, de Novembro de 2021.

O vento quente condicionado pelo horário e pelo ambiente bate em meu rosto.

Aquele estacionamento parece muito maior do que eu havia reparado anteriormente.

Meu corpo começa a suar pela adrenalina, enquanto vejo borrões passando pelas laterais de meus olhos.

Acelero cada vez mais o passo, sentindo meu ombro chocar-se com o do moreno ao meu lado.

Quando avisto seu carro, adentro no banco do passageiro e ele adentra o do motorista.

Ficamos em silêncio, respirando e tentando recompor nossas respirações descontroladas pela maratona corrida.

Tento movimentar a cabeça para que o turbilhão de pensamentos que estão passando por ela dissipem-se

É uma mistura de culpa, com necessidade e até obviedade.

Quando meus pulmões recebem a quantia de ar necessária para que eu me recomponha, olho para o homem ao meu lado.

Ele me olha de volta.

- Sempre soube que você era louco, mas não esperava que fosse a esse ponto. - Rimos.

- Nunca vou desistir de você. - Ele diz. Sorrio.

Me aproximo e colo meus lábios nos de João.

- As pessoas costumam levar buquê e docinhos para casa quando saem de um casamento, não o noivo. - Sussuro na sua boca.

Sinto seu sorriso e é inevitável não sorri junto.

- Nunca gostei de ser igual, você sabe disso. - Sorrio.

Beijo ele novamente.

- Acho melhor irmos logo. - Digo e ele assente.

Jão liga o carro e antes de dar partida, entrelaça sua mão na minha.

- Eu te amo. - Ele diz.

- Eu te amo mais. - Eu digo.

E então, saímos daquele lugar.

O lugar aonde eu estava prestes a me casar.

INEVITÁVEL, pejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora