12. Ligação

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Pedro Tófani Palhares.
São Paulo, Brasil.
30, de Outubro, de 2021.

Mês que vem.

Mês que vem é o grande dia.

No dia 13 de Novembro de 2021, eu estarei me casando.

Muitas pessoas estariam completamente felizes, saltitando pelos cantos e cantando amor e alegria.

Mas eu não.

Porque eu penso demais. Demais.

É inacreditável que eu esteja com isso tudo na cabeça, após passar meses planejando toda essa cerimônia com os pensamentos centralizados a isso.

Me sinto ridículo com tudo isso. Me sinto uma criancinha.

Ultimamente, meus pensamentos tem sido pertencentes a cinco únicas coisas:

1- Jão.

2- João.

3- João Vitor.

4- João Vitor Romania.

5- João Vitor Romania Balbino.

E essa pessoa tem virado minha vida de cabeça para baixo, como sempre foi capaz de fazer.

E, quase de maneira hilária, ainda é capaz.

Quando uma mensagem chega em meu celular, saio do transe.

Desligo a água gelada que caía daquele chuveiro, enrolo uma toalha na cintura e pego o aparelho, indo para o quarto.

Me visto com a primeira roupa que vejo e deito-me na cama.

Arthur havia mandado a mensagem, avisando que só chegaria as 23:00hs

Me sinto um lixo ao ver o quão animado meu noivo estar, enquanto eu só consigo pensar no quanto queria que meu ex namorado estivesse aqui, deitado comigo.

João é muito mais que um mero ex.

João é muito mais que muitas coisa...

Será que ele ainda pensa em mim?

Malu diz fielmente que sim.

Odeio o fato de eu gostar dessa informação.

Eu não deveria amar ele, não mais; eu não deveria querer ele depois de todo esse tempo; eu não deveria constantemente comparar Arthur com ele; eu não deveria estar sendo o babaca que estou sendo.

Eu deveria ter queimado todas essas malditas borboletas, ter me livrado dele, mas não fiz.

Não consigo fazer.

Mas o que posso fazer?

Que culpa eu tenho se Jão é a pessoa que ocupa minha mente? Se ele é quem me faz balançar apenas por existir?

Cansado de abrir espaço para minha cabeça, levanto daquela cama e olho para o relógio: 16:00hs.

Vou atrás de algo para fazer.

Limpei a sala e a cozinha, lavei os banheiros, organizei os quartos... Arrumei todo esse apartamento. Agora são 19:30hs.

Tomo um banho e me visto, sento no quarto e mexo no celular a toa.

Recebo uma ligação de Giovana Romania.

Desde quando ela tem meu número?
Atendo.

- Alô? - Digo, confuso.

- Pedro! Que bom que atendeu! - Sua voz saí eufórica, faz tempo que não falo com a garota.

Me vejo feliz.

- Oi, Gi! Tudo bem?

- Tudo sim! Sei que deve tá confuso com a ligação, mas estou sabendo que você está de volta e que vai casar... Esqueceu de mim, foi?! - A menina diz, me fazendo ri.

- Claro que não! Me desculpa por não ter falado com você, eu não sabia que tinha seu número ainda...

- E não tinha! Mas era só pedir pro João, consegui o seu com ele.

- Ah, sim... Desculpa. - É só o que digo.

- Tudo bem. Olha, vim te procurar pra te parabenizar! Poxa, descobri que você está noivo a pouco tempo, João quem me contou.

Jão tem falado sobre mim?

- Pois é... Muita coisa mudou.

- Eu percebi. Como tudo isso aconteceu? Você e o... Arthur, não é?

- Isso. Ah, foi bem rápido, na verdade, a gente namorou por um tempo, ele me pediu em casamento e, bem, eu aceitei. - Esclareço, não tem muito mais pra dizer.

- Assim, do nada? Só pediu?

- É. Meio que sim. A gente sempre se deu muito bem...

- Entendo. Então, no dia 13 você estará se casando. Caralho, isso é maluco!

O jeito divertido que ela pronuncia suas frases me faz ri.

- Pois é! Ah, você tá convidada,  ok?! Compareça!

- Eu vou. Obrigada pelo convite meio-forçado. - Ela diz, rindo.

- Para com isso! - Brigo de brincadeira.

- Então... - Seu tom muda. - Vai rolar alguma festa? Tipo: uma despedida.

Me vejo com um vinco entre as sobrancelhas e um mini sorriso.

Não tinha pensado nisso.

- Bom, até agora não.

- Ah, para, né! - Ela grita, me fazendo gargalhar. - Logo você?! Que sempre amou uma festa!

- É, eu sei. Mas não tinha passado pela minha cabeça isso...

- Mas agora passooou! - Gi mal deixa eu terminar de falar.

- Eu não sei! - Digo. - Mas pensaria sobre.

- Isso! - Ela comemora.

- Tinha que ser você a primeira pessoa a falar sobre!

- Ah, você sabe como eu sou! - Ela ri e eu também. - Pedro, agora eu vou ter que ir. Eu tô muito feliz por você, amor!

- Obrigado por ligar, Gi. Desculpa não ter falado antes, você sabe... Não é tão fácil assim.

- Eu sei. - Ela diz. - Não esqueça da despedida!

- Pode deixar. - Digo e desligo.

Sozinho novamente, agora com a cabeça tomada em apenas um ideia.

Uma despedida de solteiro.

Notas:

Amores, feliz Natal!!!
Muita saúde, paz e
prosperidade para todos vocês.

A fic está na sua reta final.
Muito obrigada por ainda estarem
comigo.

Amo vocês!💗

INEVITÁVEL, pejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora