13. Terno

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Pedro Tófani Palhares.
São Paulo, Brasil.
12, de Novembro, de 2021.

As 21:00hs eu estou sentado em uma mesa reservada, nos fundos de um restaurante no centro de São Paulo.

O lugar era temático dos anos 70, totalmente decorado e com as músicas da época.

Havia um grande globo espelhado no meio do salão. Era incrível.

Eu usava uma calça jeans baixa, com o estilo "boca de sino" e uma blusa de manga longa colorida.

Não sei ao certo como Giovana havia conseguido, mas ela conseguiu.

Eu estava na minha despedida de solteiro. É hilário!

Meus convidados estavam a caminho e eu não sabia o que esperar disso tudo.

Mas eu estava animado.

- Tudo bem! Vamos lá, o que vamos beber?! - Maria Luísa grita quando todos estamos sentados ao redor da grande mesa.

- Calma lá! Amanhã esse mocinho aqui - Felipe, um dos meus convidados - vai estar de pé cedo!

Felipe. O que posso dizer sobre ele? Um dos meus melhores amigos, que cresceu comigo em BH. Ele é casado com a Lívia, que está aqui também. Os dois formam um par lindo!

- É, ele tem razão! - A mulher concorda com o marido e Malu bufa.

- Ah, mas aí não tem graça! Vamos lá, só alguns shots, que tal?! - A loira esperneia e Jão ri, ao meu lado.

- Maria Luísa, dá pra ficar quieta?! - Ele diz. - Olha só, pedimos cinco rodadas e vemos como vai ser depois, que tal?

Todos concordam e nós pedimos.

Jão está lindíssimo nessa calça boca de sino, com essa blusa branca; o cabelo todo para trás em um gel.

É quase impossível não olhá-lo a todo instante.

- Então... - Quando a primeira rodada chega, Renan torna a falar. - Felipe, como foi a sua noite antes do casamento?

Ele sorri envergonhado e Lívia o olha com os olhos cerrados. Todos rimos.

- Bom... Eu me lembro bem de ficar a madrugada toda vestindo meu terno! - Parte da mesa ri e a outra solta um "owh" coletivo.

- É verdade, eu também ficava vestindo o meu vestido a todo momento! Minha mãe dizia que eu ia amarrotar todo, mas eu pouco me importava.

Sorrio. Me sinto esquisito.

Aonde está meu terno de casamento?

Em casa.

Acho que o vesti duas única vezes, a um mês atrás.

- É uma emoção e tanto, não é, Palhares? - Felipe direciona a mim.

É não é?

Repito sua pergunta para mim, procurando pela resposta certa.

É sim, claro que é!

Né?

Eu quero colocar aquele terno, não quero?

Claro que quero!

Eu o colocaria agora.

- Sim... - Digo por fim, antes que meu silêncio se tornasse estranho.

- Que fofo. - Giovana declara. - Podemos pedir a próxima?!

INEVITÁVEL, pejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora