Pedro Tófani Palhares.
São Paulo, Brasil.
13, de Novembro, de 2021.☆
As 16:00hs da tarde estou deitado no quarto de Jão.
Não conversamos muito desde que chegamos aqui.
É tudo muito estranho.
Ao mesmo tempo que há um alívio em meu peito em saber que estou na cama do grande amor da minha vida. Há um peso terrível, esmagando meu coração e fazendo pontadas dolorosas acertarem meu pulmão. O peso de ter abandonado um homem no altar.
Arthur.
O que havia de mal nele?
Nada.
Sempre foi gentil, apaixonado, fiel... Um sonho. E eu fui um babaca, que o abandonou no momento que ele mais esperava.
No seu casamento.
No nosso casamento.
Sou culposo sobre isso, não há nada que possa falar sobre. É isso, ponto.
Minha mente martela, completamente atordoada sobre isso.
João tem respeitado meu momento, mantendo-se perto e distante. Sem extrapolar limites. Isso me ajuda.
Apesar de querer tê-lo em mim agora e para sempre, o que fizemos, mesmo sendo verdadeiro, foi um erro.
Um erro que machucou muitas pessoas e que deixará uma marca.
Escuros três batidas na porta. Jão entra no quarto em seguida.
- Oi... - Ele senta-se na beira da cama, olhando para mim.
- Oi.
- Como você tá? - Sua voz é mansa e preocupada.
Me aquece saber que ele se importa assim.
Suspiro.
- Bem. - Digo, simples.
Acho que essa não é a exata definição, mas também não se distancia muito de mim.
- Que bom.
Ficamos em silêncio.
Olho para sua mão, pousada em minha coxa coberta pelo lençol. Traço meus dedos até lá, tomando-a para mim.
- Estou feliz que esteja aqui. Comigo. - Asseguro-o.
Ele sorri.
Ele se aproxima e cola nossos lábios. Depois nossas testas.
- Estou feliz que esteja feliz.
☆
Maria Luísa me liga as 18:30hs. Eu atendo e explico tudo.
Ela me dá uma bronca, me faz chorar e depois gargalha com a maluquice que eu e João fizemos, me fazendo ri.
Renan nos aconselha sobre as coisa de maneira mais séria. Quando atento o telefonema de Felipe, ele já sabia de tudo.
As 20:00hs, escrevo a mão uma carta a Arthur, pedindo perdão por tudo. Um amigo irá entregar.
João se mostra totalmente presente e completamente sensibilizado com toda a situação.
Não houve um momento em que ele não estivesse ao meu lado. Ele não parece chateado por todo o meu dramalhão.
Inclusive reafirma que não é um dramalhão.
Agora estamos deitados, com o relógio marcando 20:55hs.
Seus dedos calmos deslizam por meu coro cabeludo, enquanto eu descanso completamente acomodado em seu peito.
- Você está arrependido? - Ele quebra o silêncio.
Levanto a cabeça, olhando-o.
Seus olhos castanhos brilhantes, os traços trabalhados em seu nariz e sua boca perfeitamente desenhada.
Seu cheiro forte passou a alojar-se em mim.
Eu amo isso tudo.
- Não. - Digo, por fim.
- Tem certeza?
- Absoluta!
Ele assente em um alívio instantâneo, que me enche de ternura.
- E você? Se arrepende? - Pergunto.
Ele nega com a cabeça.
- Nunca me arrependeria de você.
Escalo seu corpo e tomo sua boca para mim.
Apesar de tudo, de toda essa situação.
Apesar da culpa e do erro.
Aquele alívio súbito existia em mim, bem forte.
Porque de qualquer forma, éramos eu e ele.
E nada poderia mudar isso.
Somos eu e ele.
Eternamente.
Notas:
Capítulo ruim pq vcs já receberam dois ontem ksnsksnkns
O próximo já é o último!!💞
VOCÊ ESTÁ LENDO
INEVITÁVEL, pejão
Fanfiction~》 Onde o destino faz duas pessoas se encontrem em todas as vidas que elas vivem.