Capítulo 03 ( Revisado )

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Oi Pessoal

Uma pequena nota que quero acrescentar que esqueci quando publiquei esta fic pela primeira vez - minha interpretação de Andrew nesta fic é aquela em que ele nunca tomou drogas, então ele teve um pouco mais de tempo para se curar e crescer como um pessoa.

 Eu queria que os monstros tivessem um relacionamento relativamente saudável - e queria que as raposas fossem amigos relutantes, então :) 

Neil não poderia ser o único mais saudável (digo isso levianamente) nesta fic...

Aproveitar!!!



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2 Semanas Depois



Era uma noite fria de outono, e Neil estava inquieto.

Sua pele coçava com a dor fantasma, queimando com memórias que ele preferiria esquecer.

Cinco anos com o Treinador deveriam ter limpado os restos carbonizados de seu passado de sua carne, mas ele ainda os sentia como uma marca, cicatrizada como um lembrete.

Quando o eco das memórias começava a nadar mais perto em seu mar de pensamentos, ele sempre se encontrava no mesmo lugar. Cinco anos depois, e o conforto do Foxhole Court do Treinador estava enraizado nele. Parecia um retorno ao lar - era apropriado que o primeiro lugar onde ele se sentira seguro fosse o mesmo lugar para onde ele ainda corria.

Seu pai sempre soube quando ele abandonava seu quarto em favor de se aventurar pela janela e pela noite. Ele nunca o impediu antes, nunca tentou confiná-lo. Neil sempre se perguntou se o Treinador estava familiarizado com o desespero, a fechadura de uma porta sendo a única coisa entre você e aquilo que te assusta.

Desde aquela primeira noite na casa de Abby, Neil sabia que o Treinador não era como os outros. Ele não sabia o que tinha feito para ser digno desse presente, dessa família que nunca mereceu ou pediu. Ele ainda não tinha certeza se poderia aceitar essa vida - não se permitiu ficar muito confortável.

Ele ainda via flashes do rosto decepcionado de sua mãe nas janelas ao passar e não conseguia evitar o crescente medo em suas entranhas, a realização de que ele não a sentia mais saudades.

Ele digitou o código na porta dos fundos com dedos trêmulos, o vento acariciando seu rosto como um sussurro. Seu peito parecia pesado, apertado a cada inspiração. A porta clicou, piscando verde por um momento enquanto ele a abria. Ele a deixou bater atrás de si, pressionando as costas contra o metal cortante.

Seu coração pulsava, as batidas ecoando em seus próprios ouvidos, rugindo sobre o silêncio do estádio vazio. O medo se espalhou por seu núcleo, o desconforto subindo por sua espinha quando ele enfrentou a escuridão desconhecida. Suas mãos trêmulas se agarraram à parede de tijolos, dedos buscando por um interruptor de luz que deveria estar ali. Demorou tempo demais antes que seus dedos tocassem o interruptor suave, o pânico se apoderando dele à medida que a escuridão se aproximava das bordas de sua visão, ameaçando afogá-lo.

As luzes se acenderam, fazendo seus olhos fecharem em surpresa. Ele colocou a mão no peito e deixou o pesado bater do coração desacelerar.

Quando abriu os olhos novamente, o mundo estava claro. Seu peito ficou leve, sua mente vazia, o medo uma memória furtiva. Ele não gostava da sensação de sua pele rastejando, da queima de antigas cicatrizes sob suas roupas. Ele desejava poder lavar todas as más lembranças de sua pele, queimá-las até que não houvesse mais dor.

Raised on Little Light  - Maqicien [PT-BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora