Raised on Little Light - Maqicien [PT-BR]

Capítulo 15

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Um capítulo um pouco de enchimento para vocês :)

Esta é a fic mais longa que já escrevi/ tive a motivação de continuar... Estou meio orgulhosa de mim mesma 😬

Espero que gostem, deixem-me saber seus pensamentos nos comentários!

Boa leitura 💛

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Andrew escapou da ira de seu treinador por pouco, esgueirando-se pela janela do quarto de Neil apenas com as roupas nas costas, e o desejo desesperado de respirar outro dia.

A janela abriu-se para o telhado, onde ele relutantemente subiu na árvore mais próxima, e desceu para terra firme. Seu medo de altura não era forte o suficiente para impedi-lo de fazer sua fuga antes que Wymack pudesse desencadear uma tempestade infernal que ele não tinha interesse em receber.

Ele não gostou da picada afiada das lascas em seus dedos que resultou da manobra de última hora, nem gostou do puxão de arrependimento em seu peito enquanto olhava para Neil.

Neil o viu descer sem uma palavra, cabeça pela metade da janela até que o loiro desapareceu atrás dos arbustos no final da rua. Ele soltou a respiração que estava segurando, coração martelando sem parar em seu peito.

Ouviu o barulho das panelas na cozinha, o chiar da manteiga em uma panela aquecida. Ele engoliu a culpa que subia constantemente em sua garganta como bile, coração apertando a energia nervosa em um punho apertado.

Passou a mão cautelosa pelos cabelos indisciplinados, respirando fundo pelo nariz e pela boca. Ele havia negligenciado os sentimentos de traição por muito tempo, enterrou-os tão profundamente nas fendas de sua mente que mal conseguia encontrá-los, muito menos descobrir o que fazer com eles.

Logicamente, Neil sabia que seu pai nunca tomou decisões precipitadas, e ele nunca consideraria algo que pudesse colocá-lo em risco. Mas, desde criança, seu pai tinha como regra nunca guardar as coisas um do outro, nunca tomar decisões sem informar o outro. A confiança que ele havia passado tanto tempo construindo estava lentamente começando a ruir em suas mãos – ele ainda não estava pronto para enfrentá-lo.

Ele jogou um capuz por cima da camisa e saiu da segurança do quarto trancado. O treinador estava na cozinha, com a atenção arrebatada ao ver o bacon chiar na panela diante dele. Ele não olhou para Neil quando entrou, nem o reconheceu quando o banquinho da ilha chiou contra o chão de azulejos. Sem palavras, derramou duas xícaras de café e entregou uma ao filho – preto, como ele sabia que gostava.

Voltou para o fogão, prato em uma mão e espátula na outra.

"Como foi o seu jogo ontem à noite?" Seu pai desenhava, voz monótona demais para seu gosto.

A pergunta teve uma forte picada de medo disparando diretamente em seu peito, forçando abruptamente o ar para fora de seus pulmões. O treinador virou-se para ele com um prato cheio de comida nas mãos. Ele franziu a testa para seu filho enquanto colocava o prato na frente dele, sacudindo o fogão com um rápido empurrão de seu pulso.

"Neil?" O pai perguntou, cruzando os braços sobre o peito, a atenção agora voltada para o filho.

"Foi bom", respondeu Neil, quase roboticamente.

A careta do treinador se aprofundou quando seu olhar ficou escuro.

"O que aconteceu?" Aproximando-se do balcão, o treinador pressionou as mãos no mármore frio, deixando apenas a ilha entre elas.