Capítulo 45 ( R )

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Seus braços latejavam constantemente, mantendo-o acordado e alerta, gotejando líquido claro e sangue em suas roupas já arruinadas. Seus dedos dos pés estavam frios contra o cimento áspero em que ele estava sentado, a pele ficando azul nas bordas no ar gélido de Baltimore.

Lola estava ali com ele, seus olhos nunca se desviando de sua forma relaxada. Ele sabia que estavam tentando manter seus nervos em frangalhos, expostos aos elementos pelo máximo de tempo possível. Era uma forma de tortura à qual Nathaniel se acostumara; ele estivera esperando por anos, à beira do assento, pelo momento em que o Açougueiro finalmente iria atrás dele.

Não importava quanto tempo ele tivesse para se preparar para este momento, ele ainda ficava imóvel pelo medo quando a porta do porão se abriu com um baque familiar e uma risada viajou escada abaixo até seus ouvidos. Seu corpo ficou tenso, músculos congelados e prontos para agir. Sua mente era um turbilhão de emoções que ele não conseguia identificar, perdido na sensação imperceptível de que havia chegado ao fim da linha. Ele era um rato que finalmente tinha sido pego em sua armadilha.

Os passos pesados de seu pai ecoaram em cada degrau; seu corpo se enrijeceu a cada clique de seu salto. Nathaniel tentou forçar seu corpo através da parede de cimento, tentou se desintegrar ali mesmo enquanto seu pai descia para o quarto.

Nathan Wesninski era exatamente como Nathaniel lembrava, alto e aterrorizante, cabelo de um tom mais escuro que o seu próprio e grisalho nas laterais. Seu sorriso estava tão profundamente gravado em suas memórias que ele nunca esqueceria, nem suas bordas afiadas nem seus dentes. Ele olhou para Nathaniel e o desprezou, já imaginando todas as maneiras como o desmontaria.

"Olá, Junior," Nathan disse ao dar mais passos em direção a Nathaniel.

A boca de Nathaniel permaneceu colada, a língua pressionada contra os dentes tão firmemente que ele achou que estava provando sangue.

Num movimento rápido, Nathan estava diante de seu filho, as mãos agarrando a frente de seu moletom rasgado e ensanguentado para arrastá-lo para os pés. Ele balançava precariamente no ar, os dedos dos pés apenas tocando o chão enquanto seu pai o segurava tão firmemente que ele mal conseguia respirar.

"Fale quando for falado, garoto," seu pai cuspiu, com o rosto tão próximo do seu, os narizes a meros centímetros de distância.

"Olá, pai," Nathaniel disse, escondendo o leve tremor nas palavras.

O sorriso resultante de Nathan era puro mal.

"Você esteve ocupado enquanto eu estive fora," ele disse, colocando seu filho de volta em seus próprios pés, achatando as mãos em seus ombros curvados. O corpo de Nathaniel ainda tremia pela força da dor e pela intensidade do medo correndo em suas veias.

Nathaniel não ouviu uma pergunta, então permaneceu em silêncio. A palma pesada que estalou o lado de seu rosto fez com que ele caísse de quatro, apagando no grito que ameaçava rasgar sua garganta. Sem pensar, ele se afastou e se afastou de seu pai enquanto piscava pontos pretos de sua visão.

Sua espinha colidiu com a parede áspera e implacável, a força machucando. Ele inspirou uma respiração dolorosa em seus pulmões e olhou para o rosto sorridente de seu pai.

"Todo esse tempo separados e você não parece feliz em me ver, filho," Nathan disse, a cabeça inclinada para o lado em confusão fingida.

"Me perdoe por não estar empolgado," Nathaniel respondeu entre dentes cerrados, conseguindo ficar de pé novamente. Ele usou a parede para se levantar.

Raised on Little Light  - Maqicien [PT-BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora