Capítulo 37 ( R)

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Olá fofos!

Espero que todos estejam tendo um bom final de semana!

Aproveite crianças <3


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O sono não foi fácil para Neil.

Pesadelos atormentavam seus sonhos desde antes que ele pudesse se lembrar. Ele estava repleto de lembranças de terror e dor excruciante; os acontecimentos recentes apenas aumentaram a infinidade de coisas das quais ele já fugia inconscientemente.

Foi fácil entrar num estado de sonho e imaginar que ele estava de volta àquela fábrica abandonada, amarrado e indefeso. As memórias se dobravam e se distorciam, transformando-se em coisas piores – coisas que envolviam o Açougueiro e todas as coisas horríveis e agonizantes que ele havia prometido que faria a Neil. Todas as noites o apresentavam a novos sustos perversos.

Foi uma memória muscular pegar as chaves do carro, o coração ainda batendo nos ouvidos, as mãos ainda tremendo, as pernas equilibradas e prontas para correr, e percorrer a curta distância até o Foxhole Court.

Ele estava tão acostumado com a presença de Andrew que se sentiu quase perdido ao entrar no estacionamento. Algo que era dele, sem o seu conhecimento, tornou-se algo que ele só compartilhou com Andrew.

Ele estacionou em sua vaga de estacionamento habitual, o carro chiando enquanto ele estava parado ao volante. Neil não sabia por que parou, aproveitando a sombra da noite, o mundo totalmente desconhecido ao seu redor. Seu coração ainda batia de forma irregular em seu peito, sua pele cheia de insetos que ele não conseguia ver. Ele queria arranhar, arrancar a camada superior, livrar-se completamente da sensação de desconforto. Ele estava tão acostumado a se sentir como uma marionete em sua própria vida, seu corpo apenas uma ferramenta para outras pessoas dirigirem. Neil se odiava por ter sido vítima por tanto tempo, mas não sabia como ser outra coisa.

Os olhos de Neil estavam pesados enquanto ele olhava para Foxhole Court, incapaz de se imaginar ali, cinco anos no futuro. Ele não se permitiu imaginar isso, sabendo que nunca conseguiria vivê-lo. Cinco anos era esperar demais; a ponta de uma faca o encontraria antes disso.

Neil quase pulou da própria pele quando seu telefone tocou ao seu redor. A vibração abafada na parte superior de sua coxa foi uma sensação estranha enquanto ele lutava para tirar o telefone do esconderijo. Não foi uma surpresa para Neil ver o nome de Andrew olhando para ele.

Como se ouvisse os pensamentos em espiral de Neil em sua cabeça, ele pegou o telefone e ligou.

"Oi, Drew," a voz de Neil era uma impostora – pequena e cansada e tão diferente das saudações habituais de Neil.

"O que está errado?" Andrew disse, totalmente consciente das emoções de Neil.

"Não consegui dormir", respondeu Neil, brincando com o chaveiro de raposa pendurado na ignição.

"Pesadelo?"

"Você poderia dizer isso." A verdade é que pesadelo era um termo vago para definir o que realmente eram os sonhos de Neil.

"Onde você está?" Andrew perguntou com palavras mordazes, os dentes certamente cerrados com tanta força que sua mandíbula corria o risco de quebrar.

Raised on Little Light  - Maqicien [PT-BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora