Capítulo 1 - O Sonho

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Uma leve brisa percorre o meu corpo, ao abrir os olhos percebo estar num coreto de jardim.

O piso era gelado, provocando arrepios pelo meu corpo. Mais a frente havia uma luz forte, da qual não conseguia distinguir a fonte. Ao redor do coreto havia grama, elas balançavam conforme o vento.

- Onde estou? - pergunto para mim mesma.

Decido ir pelo único caminho que eu via. A terra era fofa e ao pisar nela me sentia bem disposta. Quando estou perto o suficiente da luz avisto uma silhueta, não dei muita atenção devido a ardência em meu pé, cortei em algum espinho. Ouço um suspiro e olho para a frente. A silhueta era de uma mulher, ela se parecia comigo. Estava quase que despida, seus olhos eram de um vermelho vivo.

- Quem é você? - pergunto assustada.

- Venha minha criança...- disse, erguendo a mão.

Sua mão estava suja de sangue. Ela esboçava um sorriso estranho também. Senti medo e recuei. A mulher solta uma gargalhada diabólica devido a minha atitude. Ela se aproxima a passos lentos, mostrando dentes afiados, de repente, tudo ficou lento. A luz atrás da mulher iluminando cada vez mais o ambiente, me cegando, até que tudo ficou completamente branco.

Acordo assutada e ofegante. Aperto minhas mãos no lençol, formando punhos.

- Foi só mais um sonho...

Vejo que ainda é noite e levanto para observar o céu. Ao olhar pela janela vejo um vulto passar por entre as árvores.

- Deve ser algum devaneio - falei, esfregando os olhos.

Fecho a janela e caminho até a porta do meu quarto. A porta faz um rangido ao abrir. Uma brisa forte adentra o cômodo, acompanhada do uivo do vento.

O corredor estava escuro, iluminado apenas pela luz da lua, algumas cortinas voavam. Vou até a cozinha do dormitório e bebo um pouco de água, enquanto observava o céu nublado pela janela.

- Amanhã fará frio novamente...- sussurro. Dei um longo suspiro seguindo para o quarto. Sem querer, me esbarro em alguém.

- Está dormindo aí, Joseph? - pergunto.

- Fui acordado por um som estranho e vim verificar - diz, com os olhos semicerrados.

Era impossível ele ouvir alguma coisa, seu quarto era distante do meu.

- Estava me vigiando? - pergunto, desconfiada de ter sido a sombra que vi há pouco.

- Não perco meu tempo querendo saber o que você faz por aí - respondeu, dando de ombros.

- Certo...tenha uma boa noite, então - desejei, virando as costas.

- Você também - ele disse.

Volto para o meu quarto dessa vez tendo cuidado para fechar a porta. Deito e agarro meu travesseiro.

- Tenha uma boa noite você também, Valentyn...

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