Capítulo 3 - Voltando para o Passado

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Estava me banhando e pensando: É incrível o poder que ele tem sobre mim. Não consigo tirá-lo dos meus pensamentos.

Tudo começou assim...

"Em frente à um mar de sangue, permanecia escondida. Havia uma guerra entre vampiros e lobisomens, uma disputa de poder por quem controlaria o território.

A minha família caiu em desgraça com a onda de assassinatos que caiu sobre o povo, até onde eu sei. Tudo isso acarretando em uma grande guerra, ninguém se rendeu e não cessaria, até que o último caísse.

Ouço corpos se chocando, gritos, pedidos de ajuda e rugidos. Era tudo um grande pesadelo para uma criança presenciar. E assim permaneceu por dias, meses...

Quando não se ouvia nenhuma voz, nenhum rugido, me levantei. Enquanto chorava procurando pelos meus pais, um homem lobo se aproximou. Enxuguei minhas lágrimas e assisti o lobo se transformando em um homem. Ele estava nu, puxou uma manta do chão e se cobriu.

- Ora, ora. O que temos aqui? Uma criança perdida hahaha... venha minha criança, deixa eu lhe dar um presente.

- O que fez com os meus pais?! - pergunto gritando.

- Eu os matei - disse com descaso.
Começo a choramingar. 

- Não se preocupe, logo você se juntará a eles - o lobo se aproximou rapidamente e me segurou pelo colarinho.

Suas garras estavam prestes a me destroçar quando um vulto passou levando o homem consigo.

Neste instante só ouvia-se o som de galhos das árvores chacoalhando. O chirriar da coruja. O vento lançando as folhas no ar.

- Nunca mais ouse tocá-la novamente! - gritou um jovem bonito. Seus olhos eram de um vermelho intenso, ele fulminava o lobo.

Pedras começam a levitar e nuvens negras aparecem. O jovem golpeia o lobo diversas vezes antes de arrancá-lo o coração, depois o solta. Parecia cansado, estava ofegante. Então, ele olha para mim. Imediatamente me escondo atrás de um corpo, o que faz o rapaz rir.

- Isso não é necessário, a minha intenção não é machucá-la - avisou pegando o corpo e o arremessando longe. Em seguida, me puxou para um abraço.

- Tive medo por você - continuou, passando a mão pelos meus cabelos, um gesto carinhoso. - Devemos sair daqui, não é seguro - terminou, pegando minha mão e me guiando para longe.

Não importava quantos monstros enfrentássemos, quantos corpos eu visse. Nada me assustaria, eu me sentia segura com ele."

- Quanto tempo vai demorar no banheiro? - Joseph perguntou. O que me faz despertar da lembrança.

- Desculpe, já irei sair - terminando de me vestir, abro a porta.

- Vou me banhar, me juntarei a ti em instantes - disse Joseph.

- Tudo bem - falo, indo embora.

A noite estava congelante, tudo estava muito silencioso. Paro em frente ao prédio do turno da noite, olho para uma grande janela ao alto e pude ver o Valentyn.

Ele se vira no mesmo instante. Rapidamente desvio o olhar e continuo andando. Porém, alguém toca o meu ombro me fazendo virar.

- O que faz aqui? - pergunta Valentyn. Levo um susto.

- Ah, é q-que... - Valentyn arqueia uma sobrancelha, esperando uma resposta. Eu não conseguia sequer pronunciar uma palavra.

- Shh...- fez, pondo o dedo indicador sobre os meus lábios - Tudo bem, somente saia daqui, seu limite é até aquele portão.  - falou, apontando em direção ao portão.

Em seguida, põe a mão em minhas costas me guiando para o portão. Segui ainda perplexa.

Por que eu não consigo me comunicar com ele?!

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