Freedom Wings - Zeke Yeager

Capítulo 19

Lya

Uma semana de castigo e suspensão se passou teoricamente rápido. Minha mãe, com sua astúcia e um toque de sadismo, havia me forçado a passar todos os dias com ela no hospital, a fim de garantir que eu não tentasse burlar o castigo. No entanto, à medida que os dias se desenrolavam, algo surpreendente aconteceu. Acabei gostando da experiência de passar esse tempo com ela.

À primeira vista, a ideia de ficar preso em um hospital soava tediosa, mas gradualmente comecei a enxergar a situação com outros olhos. Aprendi muito sobre o funcionamento interno de um hospital e como os profissionais da saúde se esforçavam para cuidar das pessoas. Minha mãe estava sempre disposta a me explicar o que estava acontecendo e a responder a todas as minhas perguntas curiosas.

Conforme os dias passavam, meu interesse pela área hospitalar aumentava constantemente. Comecei a admirar a dedicação e a compaixão dos médicos, enfermeiros e outros funcionários que trabalhavam incansavelmente para ajudar os pacientes. Eu via o alívio nos olhos das pessoas quando eram tratadas e como a medicina podia fazer a diferença nas vidas delas.

O que começou como um castigo transformou-se em uma jornada de aprendizado inesperada. Minha mãe, com sua decisão de me manter próxima e compartilhar seu conhecimento, me proporcionou uma valiosa lição de vida. Aquele tempo no hospital não era mais uma punição, mas sim uma oportunidade de crescer e desenvolver um novo interesse que eu jamais imaginaria que teria.

Na sexta-feira antes de voltar às aulas, tive uma visita inusitada. Minha tia Erika, a mãe do Hange, apareceu sem aviso prévio. A chegada dela trouxe uma reviravolta à minha semana de castigo no hospital. Eu sabia que a tia Camila trabalhava no hospital com a minha mãe, então não era incomum vê-la por aqui. No entanto, a tia Erika raramente vinha a esse ambiente.

Minha tia era famosa por sua natureza espontânea e imprevisível, mas naquele dia, havia uma mudança notável em sua maneira de ser. Dado o meu recente envolvimento no mundo hospitalar, sua presença inesperada me deixou intrigado e preocupado. Parecia que ela estava escondendo algo de grande importância. Sua expressão abatida não conseguia esconder o fato de que algo estava nitidamente errado.

Enquanto minha mãe a atendia em uma conversa longe de mim, eu percebia que havia um segredo terrível pairando no ar. As duas estavam claramente compartilhando algo que não queriam que eu soubesse.

No sábado, minha mãe me pediu para ficar em casa, pois Hange viria passar o fim de semana conosco. Isso, por si só, já parecia uma quebra das regras de nosso castigo, mas minha mãe assegurou que, dessa vez, não haveria problema. Suspeitei que isso tinha a ver com a visita inesperada da tia Erika no dia anterior.

Apesar de minha preocupação com o que estava acontecendo e com a visita inesperada da tia Erika, a chegada de Hange à minha casa trouxe uma mudança radical em minha perspectiva. Hange era, sem dúvida, a melhor companhia do mundo. Sua presença era como um raio de sol que iluminava qualquer ambiente, e não existia baixo astral quando ele estava por perto.

A chegada dele trouxe uma energia positiva que inundou a casa, dissipando as preocupações que estavam pairando no ar. Seu sorriso contagiante e otimismo eram como um antídoto para qualquer inquietação que eu pudesse estar sentindo. Com Hange por perto, parecia que tudo poderia ser superado e que o mundo estava repleto de possibilidades.

À medida que o fim de semana se desenrolava, a presença de Hange teve um efeito mágico sobre mim. Sua alegria e desprendimento eram contagiantes, e como ele mesmo não parecia preocupado com o mistério em torno da visita da tia Erika, eu comecei a me convencer de que talvez eu estivesse lendo coisas demais nas entrelinhas. Hange trouxe uma aura de despreocupação que era difícil de resistir.