Capítulo 33

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Zeke

Já havia vestido a calça preta e a camisa de manga longa com gola alta. Ajustar todos os cintos e travas da roupa foi um verdadeiro desafio, pois mandei fazer sob medida para que ficasse o mais realista possível. Praticamente, estava montando um cosplay. Consegui até a bendita capa verde, que fluía suavemente cada vez que me movia. Calcei as botas de couro robustas e vesti um saiote da mesma cor do uniforme, adicionando uma camada extra de autenticidade. Acho que a única coisa que faltou para completar o personagem foi o DMT, mas isso já seria pedir demais. Além do mais, duvido que alguém, além de mim, se lembre desse detalhe específico. E eu também não estou com vontade de explicar o personagem para algum curioso.

Diante do espelho, passei a mão pela barba rala que teimava em crescer no meu rosto. Lya sempre me dizia para parar de me preocupar com isso e apenas aceitá-la. Desde então, deixo-a crescer, mas procuro mantê-la bem aparada. As maquiagens de Lya estavam espalhadas sobre a enorme penteadeira em seu quarto, os frascos e paletas criando um caos organizado. Peguei um lápis de boca vermelho e, com mãos cuidadosas, comecei a desenhar a marca abaixo dos olhos que os portadores de titãs exibiam.

— O que está fazendo, amor? — fui pego de surpresa pela voz suave da garota de olhos esmeralda que me encarava com um sorriso travesso.

Virei-me para encará-la e respondi, ainda brincando:

— Arriscando meus dotes como maquiador, mas acho que esse não é o meu forte.

Ela riu e deu alguns passos em minha direção. Observei-a mais atentamente: estava magnífica em sua fantasia. A camisa social branca impecável contrastava com a calça escura justa, e as botas de cano longo destacavam suas pernas esguias. Os cintos de corpo inteiro e a capa verde completavam o visual, conferindo-lhe uma aura de determinação e força. Vê-la assim me fez lembrar da primeira vez que pus meus olhos sobre ela, como se fosse em outra vida.

Às vezes, desejava poder contar a ela que já a conhecia de outras vidas e que, na última vida, também a queria

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Às vezes, desejava poder contar a ela que já a conhecia de outras vidas e que, na última vida, também a queria. Na verdade, foi praticamente impossível não ficar louco por ela, especialmente depois de conhecê-la profundamente. Seu jeito meigo e bobo quando estava prestes a descobrir algo novo, ou sua personalidade mandona típica de uma verdadeira rainha - minha rainha.

— Você está linda — disse, com um sorriso, enquanto ela se aproximava ainda mais.

— E você está fantástico — respondeu ela, com um olhar que mesclava orgulho e carinho.

Lya aproximou-se e pegou o lápis de minhas mãos com delicadeza.

— Deixe-me ajudar com isso — disse ela, com um brilho nos olhos. — Acho que posso fazer um trabalho melhor.

Ela começou a traçar as linhas sob meus olhos com uma precisão que eu nunca tive. Enquanto trabalhava, meus pensamentos vagavam sobre como nos metemos nessa enrascada. Todo ano, a escola organizava eventos para arrecadar fundos para a formatura dos alunos do último ano, e é claro que os formandos eram obrigados a participar desses eventos, abertos para familiares e amigos.

Freedom Wings - Zeke YeagerOnde histórias criam vida. Descubra agora