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R O B E R T

Não achei que seria tão ruim ficar longe dela, não gosto de imaginar ou ouvir quando ela fala que vai embora. Queria que ela morasse comigo, eu poderia vê-la a todo momento.

Tem algumas horas que estou na caminhonete fiscalizando plantações de grãos. Apesar de eu estar com saudade dela eu estou feliz como nunca, vou vê-la antes de escurecer para ter mais tempo ao lado de Ellie.

Eu acho que a amo.

Paro a caminhonete na sede da fazenda, onde temos a administração da fazenda e vejo José Antônio se aproximar.

Ele tira o chapéu da cabeça e me olha receoso. Fico com a consciência pesada por um momento, eu o tratei mau uma vez. Certo dia ele me pediu folga por conta de sua esposa que estava mal, e eu o tratei da pior forma.

Penso se isso fosse comigo e minha querida Ellie. Percebo que eu fui rude demais, fui impaciente, um verdadeiro chefe tem que entender as necessidades de seu funcionário.

- Seu Robert.

Assinto com a cabeça para que ele diga.

- O estado da minha esposa piorou, ela não tem estado bem. Eu preciso de um dia. Eu juro que só um, eu te garanto que vai ser só hoje. Ela me ligou e...

- Tudo bem, fique em casa o quanto precisar. Cuide bem de sua esposa.

- Mas patrão...

- Se precisar, pegue meu carro e a leve para um hospital na cidade. Eu insisto.

Ele coloca o chapéu no peito.

- Agradecido patrão.

- Agora pode ir, vai cuidar da sua mulher.

Ele abaixa a cabeça, coloca o chapéu e pega em minha mão e eu dou dois toques em seu ombro e José sai.

Eu o acompanho com meu olhar, eu devia ter pedido desculpas por ter o tratado daquele jeito. Mas não consigo.

Depois de verificar se estava tudo certo na sede eu volto para minha casa. Escuto o barulho relaxante cachoeira do lado de minha casa.

A minha cabeça retrata um momento meu e da Ellie nessa cachoeira.

Tomo um banho gelado para aliviar a tensão. Foi rápido, não quero perder tempo, quero encontra-la denovo.

Não quero ficar como da última vez.

Coloco uma roupa mais leve e pego a chave do carro.

Comprimento Maria que sorri pra mim.

Saio de casa e dirijo até a casa de Ellie. Bato na porta e dessa vez eu vou ter mais um pouco de paciência e esperar, mas eu já coloco as mãos na cintura impaciente.

Ela finalmente abre a porta. E ela é a mulher mais linda do mundo, eu tenho certeza que a amo. Eu a beijo e me arrepio todo.

Passei o dia todo esperando por isso e foi melhor do que pensei.

Ela passa a unha em minha nuca e eu passo a mão em seu seio cheio e ela ofega.

Minha outra mão aperta a lateral de sua cintura e ela chega mais perto de mim.

Acho que ela se deu conta que nós estamos na porta da casa, então ela separa o beijo e fecha a porta. Eu tento beijar sua boca novamente mas ela se desvencilha e eu beijo sua bochecha e ela sorri com os olhos brilhantes para mim.

Se tem algum sentimento melhor que esse eu desconheço. Eu nunca experimentei o amor e nunca tive vontade até encontrar ela, eu preciso que ela seja minha.

- Oi pra você Cowboy.

- Meu amor, senti saudades.

Ela acha graça e me abraça. Sua cabeça se encosta no meu peito e eu me pergunto se ela pode sentir meus batimentos acelerados. Eu beijo o topo de sua cabeça e a aperto mais em meus braços.

Ela me solta e me olha de cima a baixo.

- Você está... diferente.

- Um diferente bom ou ruim?

- Um diferente bom e ruim.

Minha cara de confusão me entrega.

- Você está lindo de bermuda, mas eu acho incrívelmente lindo o seu estilo de cowboy.

Meu sorriso toma o lugar da carranca anterior. Então quer dizer que ela gosta do meu estilo country. Eu posso dizer que eu tinha uma certa insegurança com minhas vestes caipira, achava que por ela ser da cidade, não iria gostar de como me visto.

- Vem! Vamos entrar.

Ela diz e puxa minha mão, mas eu permaneço no mesmo lugar.

- Não, vamos a cachoeira.

Ela dá um pulo ao ouvir. Sorriu largo e me olhou de volta.

- Aquela perto da casa bonita? Eu amo aquele lugar!

Então ela sempre ia para perto da minha casa e eu nunca a vi. Ouvi Alonso dizer que Ellie vem pra fazenda a muitos e muitos anos, mas eu acho incrível que nunca nos vimos antes.

Fico triste por tê-la por perto por tantos anos e tão longe ao mesmo tempo.

- Sim amor.

- Então por isso das roupas né?

Eu confirmo com a cabeça e sorrio pra ela.

Ela suspira triste e olha para a porta do quarto.

- Eu não trouxe roupas de banho dessa vez.

Eu seguro em seu rosto e o volto para mim. Ela me olha curiosa.

- Sem problemas, não irá precisar delas.

O cowboy não me deixa ir Onde histórias criam vida. Descubra agora