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E L L I E



Demorou um pouco para ele se despedir.

Quem eu tô tentando enganar? Ele demorou muito tempo pra se despedir.

Parecia que eu já estava indo embora da fazenda dos west. Ele ficou muito tempo me abraçando e me beijando e eu não reclamei claro.

Só um ponto que eu tive que negar. Ele queria mamar em mim denovo, eu não deixei. Meus seios estão sensíveis demais, não foi apenas as sugadas por horas, mas ele também apertou na hora do sexo. E eu acho que ele não foi capaz de entender isso, ele ficou um pouco irritado.

Ele é do tipo de homem que sabe cozinhar. Senti vergonha de ter apresentado minhas comidas estranhas quando ele trouxe um café da manhã reforçado para mim na mesa.

Eu disse a Sanchinho para que viesse em minha casa mais tarde. Fiquei um pouco preocupada com oque ele queria conversar comigo. Mas seja oque for, eu tenho que estar tranquila, e pensar menos nisso.

Nós somos amigos a tanto tempo, eu não acho que devo me preocupar tanto. Eu sei que nossa amizade é verdadeira e que ele me ama assim.

Minhas dores então 90% curadas, não vou dizer que estou totalmente bem pois ao me esforçar ainda dói um pouco. Mas essa dor me faz sorrir envergonhada ao me lembrar o motivo.

Eu posso pensar por horas mas ainda não vou conseguir explicar esse sentimento maluco que é estar com ele.

Pego o suco de laranja natural que Robert fez e coloco no copo.

Vou à mesa onde meu notebook está aberto. Tenho que trabalhar a distância, quando venho para cá, nem sempre as minhas férias vão me dar férias. Sou dona de uma papelaria a três anos e meio. Sou eu sempre quem compra o estoque.

E como anda bem, os produtos acabam rápido e eu tenho que comprar novamente. É trabalhoso, pois são muitas coisas e eu sempre tenho que pesquisar se é de boa qualidade ou não.

Tenho funcionários, eu poderia continuar trabalhando daqui por muito tempo. Qual é Ellie? Já está pensando em ficar mais tempo?

Escuto três batidas na porta e nem olho, tenho certeza que é Sanchinho.

Posso ouvir seus passos próximos de mim.

- Ellie.

- Oi Sanchinho.

Eu sorrio para ele, mas ele não sorriu de volta.

- Acho que meus concelhos não valem nada pra você afinal.

Eu não respondo nada. Finalizo a compra e fecho o notebook.

- Eu disse para não se envolver com aquele homem.

Eu respiro fundo.

- Eu vi, eu vi as roupas dele no chão do quarto do seu vô. Quão desrespeitosa você foi por trepar com ele no quarto do Alonso.

Ele pergunta parecendo indignado. Realmente, eu fui muito irresponsável. Que merda, eu tô morrendo de vergonha. Como eu pude esquecer que as roupas estavam todas lá.

- Sanches, você não tem nada a ver com isso.

- E no banheiro? Parece que você mentiu ao dizer que não queria nada com ele.

- E eu repito que você não tem nada a ver com isso. Você até pediu uma vez para que eu beije ele. Não estou entendendo.

Coloco as mãos na minha cintura e olho para ele, não pude impedir a minha sobrancelha de se levantar.

- É eu disse, mas não era pra acontecer isso. Ele não serve pra você Ellie.

Ele segura em minhas mãos, e olha nos meus olhos.

- E quem serve? O Davis?

- Ele não, esse babaca também não serve. Só de lembrar dele eu tenho vontade de...

Ele ofega e não continua a frase.

- Olha, é melhor você ir pra casa. Preciso trabalhar.

Ele solta as mãos e vira de costas, começa a rir e eu não entendi a graça.

- Olha como você é agora, antes você não me expulsava daqui pra trabalhar.

- Mas oque você quer que eu faça? Eu já fiz, não tem mais volta! Quando meu vô voltar eu vou pra minha casa e isso vai acabar. Mas eu não quero você se metendo e nem quero perder sua amizade por isso Sanchinho.

Ele respira fundo e se vira pra mim, eu o abraço forte, ele demora um pouco para corresponder. Mas já é um bom começo.

- Pode ficar aqui comigo, não não quero que me olhe com desprezo como estava olhando.

- Tá, eu ainda acho que ele não é homem pra você.

- Mas não estamos nós casando Sanches, foi caso de uma noite, e pronto.

Ele se senta na mesa e bebe meu suco.

- Gostou do suco?

- Muito bom.

Dou um risinho.

- Robert o fez.

Ele cospe o suco em surpresa e eu me curvo de tanto rir, ele me acompanha na risada. É bom estarmos bem de novo.

O cowboy não me deixa ir Onde histórias criam vida. Descubra agora