O cowboy não me deixa ir

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E L L I E

Fiquei um pouco nervosa, a cama do vovô estava no chão com ele e a culpa foi minha. Engraçado que na hora de estragar eu não estava preocupada com isso.

- Me ajuda aqui!

Alonso grita rindo e eu estendo meus braços para ajudá-lo.

- Essa cama foi um presente de casamento, já estava bem velhinha.

Ele diz olhando para a velha cama.

Meu deus, estou me sentindo horrível.

- Eu compro uma nova pra você vovô, vou procurar no site agora.

- Não precisa, eu vou na cidade hoje resolver algumas coisas.

- Resolver oque?

- Sobre o rodeio.

- Mas esse Robert não te dá um tempo né? Você acabou de chegar! Ele tem que mandar outra pessoa.

- É do depósito do dinheiro dos animais que comprei, é coisa rápida. Fique tranquila Ellie, eu mais me diverti do que trabalhei. Hotel pago, comida a vontade e a noite ainda paguei de ricaço comprando tantos animais. Nunca me senti tão bem.

- Que bom vovô... - sorri pra ele com admiração. Se ele está feliz eu estou feliz.

- Esses dias eu percebi que as pessoas necessitam de aproveitar a vida imediatamente.

Ele disse saindo do quarto e eu vou atrás dele. Observo Alonso coloca café no copo sorrindo.

- Como assim vovô?

Ele dá um gole e olha para cima, como se estivesse escolhendo as palavras certas.

- É que... quando morremos, nos não vamos levar nada. Me entende?

Ele olha em meus olhos.

- Então se sentir vontade de fazer alguma coisa, faça. Se quer amar? Ame hoje. Se quer abraçar alguma oportunidade ou uma pessoa abrace.

Ele se senta no sofá ainda com o olhar distante. Seu corpo está aqui mas sua mente parece vagar.

- A vida é muito curta pra se arrepender. Para não fazer, não falar, não ser.

Penso em tudo o que está acontecendo ultimamente. Minha cabeça só tem ele, o cowboy. Como mágica, parecia que meu vô sabia tudo oque eu estava passando, eu estava com medo.

Mas eu resolvi não dar nenhuma chance para ele se explicar, mas eu queria... queria muito ter ele de volta.

Meu dia foi isso, pensar e pensar. Meu vô me ajudou na decisão com aquelas palavras. E depois de metade de uma garrafa de vinho eu resolvi pegar o meu carro e ir até aquela enorme casa bonita.

Se foi uma decisão boa ou não, lá estava eu parada em frente a porta de madeira criando coragem para bater.

Eu queria tanto conversar com ele e entender seu lado da história. A diferença é que quando ele veio me explicar eu estava com raiva, com ciúmes.

Será que foi um mal entendido? Ou será que não? Eu quero que seja um mal entendido. Eu não ligo mais para a opinião de ninguém, eu quero ele.

Um vento frio de fim de tarde bagunça meus cabelos e eu os puxo para trás novamente respirando fundo. Levanto meu braço para bater e a porta abre rapidamente para dentro.

Meu coração acelera ao ver ele, Robert estava na minha frente, me olhando com o olhar tão quebrado quanto o meu.

- Robert...

Quando eu o abraço forte ele solta uma respiração longa. Não sei porque, mas senti tristeza e alegria junto a esse abraço.

Eu o abraço mais forte, e ele faz carinho nas minhas costas. Não parece suficiente para mim, mas eu vim aqui para conversar.

Eu tento me afastar mas ele me impede abraçando-me novamente.

- Agora não. Só mais um pouco.

- Precisamos conversar.

Eu digo respirando seu perfume.

Oiii!

Sentiram saudades?
Pessoal! Uma perguntinha rápida.

Oque vocês esperam do final da história???