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E L L I E

Nunca me imaginei fazendo sexo dessa forma, amarrada. Mas confesso que foi mais que prazeroso pra mim, foi coisa de outro mundo.

Eu descanso em seu peito enquanto ele alisa minhas costas me fazendo respirar após arrepios.

Temos apenas um lençol branco e fino nos cobrindo.

Eu e ele estamos sorrindo como bobos apaixonados, temos brilho no olhar. Eu fico feliz ao lado dele, toda vez que eu o olho é como se eu visse um Deus. Ele me leva a loucura.

- Você me assustou um pouco hoje.

Eu começo uma conversa depois de alguns minutos de um silêncio confortável.

- Você é a única pessoa nesse mundo que não deve me temer Ellie.

- Ah é, porque?

- Porque eu...

Batidas ligeiramente altas fizeram Robert parar de falar comigo.

Ele bufa em ódio por nos interromper.

- Oque foi Maria?

- Robert meu amor, sou eu! Vou entrar.

A voz fina de Taquara rachada grita do outro lado da porta e eu posso perceber a respiração de Robert acelerar.

Levanto meu corpo e olho diretamente para ele um pouco confusa.

- Não!

Eu me levanto da cama e procuro minhas roupas.

- Não Ellie, espera. Não é isso.

Ele diz mais baixo, presumo que seja para a outra mulher não nos ouvir.

Isso me acerta em cheio. Talvez ela não seja "a outra mulher", mas sim eu.

- Não precisa se explicar Robert, você é bem solteiro. Não me deve nenhuma satisfação.

Eu digo vestindo minhas roupas úmidas.

- Não fale assim. Não vista isso molhado, vai pegar um resfriado.

Ele tenta me tocar mas eu me esquivo sem olhar em seu rosto. Não quero que ele veja lágrimas brotarem em meus olhos. É humilhante.

- Não é problema seu.

Me viro de costas para ele e escuto a mulher espalmar a porta.

- Vamos, abra essa porta meu gostoso. Eu estou com tanta saudades que...

- Angelina, dê o fora! Agora!

Tento organizar meus cabelos revoltosos em um coque horroroso pela minha pressa e Robert me puxa pelo braço me trazendo para si.

- Me solta agora.

Eu puxo meu braço de novo e puxo a maçaneta da porta. Me deparo com minissaia com sapatilhas.

A loura de olhos azuis me olha de cima a baixo e sorri com deboche.

Sinto Robert aparecer atrás de mim e pelo toque ele está sem camisa.

- Vem cá Robert... isto foi o melhor que conseguiu?

Suas palavras maldosas me pegam em cheio, mas uma coisa que eu aprendi de tantos anos sofrendo bullying na minha infância foi ignorar. Então é o que faço: a ignoro completamente.

Eu saio do lugar, como ela não abre espaço eu esbarro em seu ombro e senti seu excesso de perfume.

Escuto as risadas dela, mas não escuto Robert vir atrás de mim, saio sem olhar para trás. Não sei porque me sinto traída assim, eu mesma disse que não iria me apegar a esse idiota.

Ando em passos largos e rápidos mais do que já andei um dia. Vejo Maria se aproximar de mim. Eu estou com raiva mas não sou mal educada, vou de despedir devidamente.

- Maria, foi um prazer conhecer você, sinceramente. Espero te ver em outras ocasiões. Mas preciso ir.

Sorrio para ela ela parecia um pouco triste.

- Doce Ellie, digo o mesmo. Mas gostaria de lhe dar um concelho se não for inconveniência de minha parte.

- Claro, pode dizer.

Digo rapidamente, eu quero ir embora.

- Se decida.

- An?

- Se fica com ele ou não. Se quer ficar, não ligue para Angelina, ela é uma descarada, se insinua para todos. Se não quer, se afaste antes que não seja tarde de mais.

Não tenho tempo para continuar a conversa, eu estou com pressa, quero sair daqui. Mas não deixa de ser macabro. E isso vai ficar na minha mente por um tempo.

- Bom, preciso ir.

Saio da casa rapidamente. O caminho foi tranquilo, passou na minha mente as feições daquele homem na cachoeira e eu senti medo. Mas consegui chegar em casa sem nenhum arranhão.

Termino de tomar banho tentando não pensar em que o Robert poderia estar fazendo com aquela mulher nesse exato momento.

Será que eu deveria ter conversado com ele sobre isso? Ele deve estar me achando tão infantil... eles devem estar trepando e rindo da minha cara. Que ódio! Eu sou uma burra, burra, burra.

Me olho no espelho e vejo que Robert me deixou toda marcada, idiota.

Me visto com meu vestido branco e me olho no espelho.

Escovei meus cabelos molhados com creme cheiroso e faço duas tranças para só para ele ficar ondulado quando secar.

Escuto minha porta abrir, sei que não é Robert, porque ele sempre bate. Então é Sanches.

Vou de encontro a ele, eu estou tão triste que o abraço forte. Ele se assusta e joga uma caixa grande no chão e me abraça de volta.

Ele enfia seu rosto em meu pescoço e me aperta em seu abraço quente.

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O cowboy não me deixa ir Onde histórias criam vida. Descubra agora