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R O B E R T

Sai pela aquela porta, mas meu corpo queria ficar, minha mente se apertava pensando naqueles dois juntos e sozinhos denovo.

Dou uma última olhada para trás e vejo ele tocar em seu cabelo. Minha fúria me consome denovo. Eu quero matá-lo por tocar nela o tempo todo.

Será que terei que ensinar a ele que não teve tocar no que é meu? Será que ele não é inteligente o suficiente para entender isso e poupar sua vida miserável?

Os nossos olhares se cruzam e seus passos ficam cada vez mais próximos de mim.

Estou debaixo de um ipê-amarelo e próximo a um carro de boi velho de Alonso.

Ele é só um garoto que viveu pouco. É imaturo, não posso matá-lo hoje e nem demiti-lo. Ele é um bom vaqueiro e trabalha bem, não vou misturar trabalho e vida pessoal.

Mas meu pensamento pode mudar se ele não fizer oque eu mandar.

- Deixe ela em paz, Robert.

- Quem você pensa que é para me dar ordens? Você não é ninguém, se coloque no seu lugar. Ellie é minha.

Ele dá uma gargalhada forçada olhando para o carro de boi velho com as mãos na cintura. Eu não o suporto! Não suporto olhar em seu rosto, ouvir sua voz.

- Então ela é sua?

Me aproximo dele, meus punhos estão cerrados, meus olhos estão minuciosamente atentos.

- Ela não é um objeto para ser de alguem. Me diz... você não sabe nada sobre ela.

- Quem te garante isso?

Sanches olha em meu rosto, diferente de mim ele parecia achar graça da situação.

- Quais são os sonhos dela? Quais são os medos? Oque ela quer pro futuro? Você ao menos sabe a cor favorita dela! Você não sabe quem é ela! Por acaso você sabe que ela lê mangás e passa a noite inteira bebendo vinho e ouvindo lana del rey ao lembrar de sua adolescência difícil?

Ele aumenta o tom de voz a cada frase e fica ofegante quando termina.

- Isso são coisas básicas da vida dela que você não conhecia até agora.

- Isso é patético, que eu saiba você é amigo dela à anos, é natural você saber tanto, mas não deve querer ser mais que isso. O coração dela me pertence.

Ele toma um impulso e me empurra tentando me derrubar, mas só me desequilibra. Ele esmurrou meu nariz, Sanches está mexendo com a pessoa errada.

O vejo cair quando um soco meu é dado em seu olho. Sanches coloca a mão no olho e tenta se levantar.

Eu aperto seu pescoço com uma mão e o ajudo a levantar. Ele tem dificuldades para respirar mas me olha. Ele tenta dizer algo mas eu aperto mais forte.

- Escute bem seu moleque.

Ele abre os olhos, e coloca as mãos em volta da minha tentando escapar de meu aperto.

- A partir de hoje, saiba que não vai mais olhar para Ellie, não vai mais tocar em um fio de cabelo dela.

Soltei seu pescoço com desgosto. Ele cai de joelhos respirando ofegante com dificuldade. Quase ri ao vê-lo fazendo massagem no local. Ele é só um garoto.

- Se eu ver, ou sonhar que isso está acontecendo... você estará morto.

O cowboy não me deixa ir Onde histórias criam vida. Descubra agora