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E L L I E

Sem saber o que pensar ou no que estou sentindo, Sanches me olha diferente e se aproxima do meu rosto, me olhando com seus olhos bonitos cor de mel.

Em um pulo eu me assusto com o baque da porta se chocando na parede. Em fração de segundos Sanches e puxado para longe de mim.

Robert segura firme na camisa de Sanches e eu me levanto abruptamente do sofá assustada. Meus olhos se abrem ao ver Robert acertar um soco no rosto de Sanches, isso o fez cair no chão.

- Robert! Pare com isso! Agora!!

Eu grito e ele vira a cabeça pra mim. Dei um passo para trás ao ver a fúria em seus olhos. Isso me assustou pra caralho, ele está irreconhecível.

Seus olhos estão parecidos com os de uma pessoa maldosa sem escrúpulos, sua respiração forte e desregulada condena que ele está pronto pra ir para cima de Sanches.

Olho para o homem no chão, ele não está sangrando, isso é bom. Ele se levanta e agora eu tenho dois homens me encarando. No que eu fui me meter?

- Qual é o seu problema Robert? Que palhaçada é essa? Você é uma criança por acaso?

Eu esbravejo e ele não responde nada. Mas isso só aumenta sua raiva.

- Você não devia estar aqui. Saí daqui agora!

- Eu não vou sem você.

Sanches coloca as mãos na cintura e ri mostrando sua indignação.

- Por favor, vai embora... só vai piorar as coisas.

Sinto uma vontade de expulsar todo sentimento melancólico guardado. Vê-lo em minha frente fez intensificar toda a angústia que eu guardava dentro de mim.

- Por favor, eu preciso explicar tudo oque aconteceu. Presumo que não fui claro o suficiente. Vamos concertar isso... eu, eu não quero perder você.

- Você não ouviu ela Robert? Ela pediu pra você sair!

Sanches diz e Robert respira fundo e fecha os olhos não dando ouvidos.

- Robert, sinceramente quem você pensa que é? Chegar aqui e bater em alguém sem motivos? _ digo indignada.

- Eu tive motivos, ele estava prestes a te beijar!

- E daí? Qual o problema? Você estava com aquela mulher esse tempo todo e eu não encostei um dedo nela!

- Eu não teria defendido ela se você tivesse feito.

- Bom... acho melhor não nos vermos mais. Não quero correr o risco de ser traída novamente, isso é humilhante.

Saber que não sou suficiente me dói. Meu ex me deixou claro me dando 30 pares de chifres diferentes em minha cabeça.

- Ellie não me diga para fazer isso, eu não vou. Eu nunca trairia você.

Olho para Sanches que está prestes a dizer algo.

- Você também Sanches, vá embora.

- Só vou depois que ele for.

- Mas que inferno! Se vocês não forem eu vou.

- Não!

Robert diz alto e eu me assusto. Caminho até a porta que está aberta e seguro na maçaneta esperando eles saírem.

- Eu vou mas eu volto.

Robert sai deixando apenas seu cheiro comigo.

- Preciso ir mesmo?

Sanches diz e eu balanço a cabeça positivamente.

- Me desculpe...

- Você não teve culpa Ellie.

Ele diz colocando uma mecha de meus cabelos atrás da minha orelha delicadamente e sai.

*

Se passaram algumas horas, não sei ao certo se quero ouvir o que Robert tem a dizer. Mas todos merecem uma chance de se explicar afinal, não quero ser injusta.

Sinto falta dele poxa.

Escuto a porta abrir, deve ser ele!

- Cadê minha neta querida?!

- Vovô!

Corro em busca do abraço do meu velho, ele me aconchega. Posso sentir meus olhos queimarem, libero minha frustração em lágrimas.

Que merda! Porque sou tão infantil? Chorando por homem, isso é hilário.

- Que saudade vovô...

- Nem quando ficamos mais de um ano sem nos vermos você fica chorosa assim, tá tudo bem?

- Sim, é que fiquei muito só aqui, é isso.

Tento disfarçar.

- Estou aqui agora, tudo bem?

Concordo com a cabeça.

- muito obrigado por cuidar da minha casa e de minhas galinhas _ eu ri em meio as lágrimas _ bom, tenho muitas histórias pra contar do leilão, mas eu vou dar uma descansada minha neta.

Me deu um último abraço e foi em direção ao banheiro e eu fui preparar seu café que ele tanto ama.

Escuto meu vô cantarolar no banheiro e sair dele ainda cantando. Tento acompanhar seu ritmo na música, mas ele canta a letra toda errada.

Depois de um tempo escuto um barulho de algo se quebrando e um grito.

- Vovô? Tudo bem?

Abro a porta do quarto.

- Droga de cama velha!

A cama está no chão. puta merda.

O cowboy não me deixa ir Onde histórias criam vida. Descubra agora