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R O B E R T

     Ela volta do quarto vestida num vestido floral, toda linda. Eu me levanto e ela se afasta um pouco de mim, Ellie evita olhar em meus olhos. Mas eu quero que ela me olhe, eu quero que ela me toque, eu quero que ela fale comigo, eu quero tudo.

E seu silêncio já está me deixando bravo.

- Robert, eu... a gente...
- Qual é o problema? Eu te quero tanto.

Ela finalmente me olha, ela abraça o próprio corpo, eu sei que ela está procurando formas diferentes de me rejeitar e me mandar ir pra minha casa.

- O problema é que pessoas que me rodeiam te ache um babaca e me fizeram prometer que eu não iria nunca me envolver com você.

Sanches. Vou matá-lo, foi ele com certeza foi ele. Respiro fundo, tenho que me acalmar para não me descontrolar.

- Foi o Sanches? Oque ele disse a você?

- É melhor você ir.

Acabo falando alto demais, ela parece estar com medo, mas essa não era minha intenção. Eu só queria saber.

- Nao, por favor. Desculpa.

Eu digo encarando seu rosto, ela parecia derreter ao me olhar.

- Foi ele? _ dessa vez eu falo mais calmo.

- Ele só me perguntou se estava acontecendo alguma coisa entre a gente. Mas eu neguei.

- Porque negou? Qual o problema de se envolver comigo?

Meu coração acelera, ela caminha em minha direção e se senta no sofá.
Será que eu a envergonho de alguma forma? Eu sou um bruto da roça enquanto ela é uma garota da cidade, não sei a idade dela, mas sei que é nova, bem mais nova que eu.

- Não é isso... eu não conheço você, então eu tenho que seguir concelhos das que conhecem.

Eu me sento com ela. Eu estou sentado despojado e ela bem comportada com as mãos sob o joelho, sua postura é ereta. Os olhos dela vagam pelo meu corpo, mais precisamente pelo meu peito forte e largo abaixo da camisa de botão, com dois ou três deles abertos.

- Você está errada, eles não me conhecem de verdade. Eu quero que você me conheça.

Ela não responde nada, apenas olha para mim, talvez ela esperasse que eu fale mais alguma coisa, ou que eu mostre que sou um maluco da cabeça para ela ter motivos o suficiente.

- Ellie, linda. Por favor, me deixe te mostrar que estão todos errados, sejam lá quem for, eu só quero que me dê uma chance.

- Você não acha que estamos indo muito rápido?

As sobrancelhas dela se juntam, ela está procurando desviar do assunto.

- Não.

Eu aproximo minha mão calejada em seu rosto pálido e ela não desvia do meu toque, eu acaricio sua bochecha e ela fecha os olhos se arrepiando. A sua coluna se relaxa e passa a língua nos lábios perfeitos.

Eu sei que ela também me quer como eu a quero. Seu corpo sempre me corresponde, ela está confiando nas pessoas erradas, o lugar dela é comigo.

Eu afasto o cabelo úmido de seu rosto os colocando atrás da orelha.
Ela abre os olhos e eu a olho de uma forma intensa e verdadeira, não consigo desviar meus olhos dos olhos pretos dela.

- Robert.

Ela me chama. E eu fico atento ao que ela irá me dizer. Eu quero ouvir a voz dela.

- Pode ser em segredo?

Ela me quer, mas ela não quer que ninguém saiba. Isso me deixa triste, com raiva. mas se eu concordar pelomenos ela estará comigo.

- Se assim você preferir.

- Certo.

Eu vejo ela mexer as mãos e olhar para as flores sob a pequena mesa no centro da sala entre o sofá e a televisão.

- Quer tomar um vinho comigo?

Ellie diz finalmente me olhando, eu prefiro ficar colado com ela a noite toda, não quero vinho, eu quero ela, somente ela.

- Eu adoraria.





O cowboy não me deixa ir Onde histórias criam vida. Descubra agora