CAPÍTULO 4

49 5 0
                                    

    Já faz um mês desde que dei um fora no Guilherme na porta da faculdade. Ele chegou a me ligar nos três primeiros dias, mas parou quando viu que eu não ia atender. Gostei da nossa noite, mas depois que ouvi as meninas falando aquelas coisas da família dele e ele ter agido como um detetive me perseguindo, fiquei assustada.
Como filha de um policial eu cresci ouvindo sobre coisas que eu devo ou não aceitar de um homem, e meu pai sempre dizia, no primeiro sinal de violência, vá embora. E foi o que eu fiz. Não vou mentir fingindo que não penso nele. Já sonhei duas vezes com a noite que passamos juntos, não sei explicar. Ele entrou na minha cabeça.

  Bianca, Fernanda, Débora e eu, vamos passar uma semana em Búzios! Ontem finalizamos o semestre e nós merecemos isso! Vou me permitir beber, sair, dançar... Só assim pra eu tirar aquele mauricinho da minha cabeça!

  Saímos de casa as cinco da manhã com o carro da Bianca. As oito o sol já nos dá bom dia, e nós demos início a nossa semana. Bianca conseguiu a casa com uma tia dela, e se ela for tão bonita por dentro quanto é por fora, essa tia dela é bem rica.
  Entramos com o carro na garagem e começamos a descarregar nossas malas e compras que fizemos, essa semana vai entrar pra... Guilherme?

— Bom dia meninas! — diz Lucas, saindo de dentro da casa com Guilherme e com mais dois rapazes.

Ele veste uma bermuda azul e está sem camisa e descalço. Me permitindo ver sua tatuagem no braço direito que vai até o peito... Fico Mayara, foco.

— Era pra ser um fim de semana de amigas, Bianca! O que você fez? — Falei baixo pra ela enquanto tiramos as bolsas do porta malas.

— Amiga, relaxa. A casa da minha tia tava ocupada, e o Lucas e o primo dele convidaram a gente, você conheceu ele no dia da festa na casa do Lucas. — Ela falou. E não, eu não contei pra ela sobre a minha noite com o Guilherme.

— Você devia ter avisado Bianca, as meninas podem ficar chateadas. Era pra ser uma coisa nossa.

— Acho que elas estão bem felizes. — Olho para perto da piscina, onde Débora e Fernanda estão conversando com os outros dois caras.

— Posso ajudar você? — Guilherme parou na minha frente e pegou as bolsas da minha mão, foi impossível não olhar pra sua boca. Droga.

  Quando guardamos as comprar, Guilherme e Lucas foram nos mostrar a casa e os nossos quartos. É enorme. Tem uma piscina e uma hidromassagem do lado de fora, churrasqueira, freezer, bar externo e um interno também. E no andar de cima, oito quartos e closet com três penteadeiras e todos os tipos de produto de beleza que se possa imaginar.

   Deixo minhas coisas no quarto que escolhi, visto meu biquíni e volto para o andar de baixo. Marcelo e Afonso, os dois outros caras que vieram com eles, começam a preparar o churrasco enquanto as meninas e eu fomos para a cozinha ver o que precisa ser feito.

— Alguém precisa ir no mercado! — Bianca falou. — Trouxemos pouca bebida.

— Eu vou. — Guilherme se ofereceu me olhando. — Será que você pode ir comigo? — Me perguntou.

— Eu... Sim. — Droga. Se eu dissesse não ia sair muito na cara que rolou algo entre nós.

  Visto um short jeans por cima do meu biquíni verde, e juntos nós fomos até a parte da frente da casa, onde fica uma garagem fechada.

— Seu carro tá aqui? — Perguntei.

— Não vamos de carro, o trânsito aqui é um inferno.

  Quando a porta da garagem abre, meus olhos brilham quando vejo uma moto gold wing parada, era o sonho do meu tio ter uma dessas. Guilherme pega a chave e dois capacetes em uma mesa no fundo.

REDENÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora