CAPÍTULO 14

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     Todas as cortinas do quarto estão fechadas, deixando o cômodo completamente escuro. Encolho meu corpo mais ainda embaixo das cobertas, na tentativa de proteger meu corpo do frio do ar condicionado.
    Guilherme não está mais na cama, a curiosidade de saber onde ele foi me faz levantar.

     Procuro minhas roupas pelo chão do quarto, mas não estão mais aqui. Me olho no espelho do banheiro e vejo meu cabelo completamente bagunçado e algumas marcas vermelhas no meu pescoço. Sinto minhas bochechas queimarem só de me lembrar de ontem...
   Tomo um banho rápido e vou até o closet dele, onde pego uma camisa social cinza, uma cueca box branca, me visto, e saio a procura do Guilherme.

    Faço um pausa ao descer as escadas quando percebo o desconforto entre minhas pernas. O que me faz pensar que agora preciso marcar uma ginecologista, pelo menos é o que a minha irmã fez assim perdeu a virgindade.
    Meu Deus do céu! Eu perdi minha virgindade... Eu pensei tantas vezes nesse dia, em como seria, com quem seria. E, agora sinto que foi da forma como tinha que ser. Guilherme foi um verdadeiro príncipe!

— Bom dia senhorita Ferreira. — Uma senhora de estatura baixa e cabelos grisalhos presos em um coque para em minha frente. — Sou Iris, gostaria de tomar café da manhã no quarto ou eu sirvo na mesa?

— Bom dia... Na verdade, não precisa... Eu não costumo tomar café. — Sinto minhas mãos soarem de vergonha. Estou praticamente sem roupa. Não sabia que Guilherme tinha alguém trabalhando pra ele aqui. — Mas, você já deve ter preparado tudo, não é? Eu posso comer, se você preferir eu me sirvo. — Ela sorri enquanto me enrolo nas palavras.

— Querida, está tudo bem. Se precisar de mim estarei na cozinha.

    Ela desapareceu descendo as escadas, enquanto eu continuo minha procura.
    Ouço a voz alterada do Guilherme vindo de dentro do escritório. Vejo por uma pequena frecha os três seguranças de pé enquanto ele grita alguma coisa sobre o acidente do Lucas e da Bianca. Essa história ainda não foi solucionada?

   Quando escuto passos vindo de dentro da sala, corro para me esconder no banheiro ao lado do escritório. Quando eles saem, entro na sala e fecho a porta atrás de mim.

— Eu acordei tem cinco minutos, e já encontrei mais pessoas do que se estivesse no mercado. — Falo sorrindo enquanto ele digita algo no notebook. — E eu achando que você morava sozinho.

— Me perdoe, meus funcionários não são acostumados a ter uma mulher andando seminua pela casa. — Ele me olha de cima a baixo. — Espera, os seguranças, eles...

— Ninguém me viu. A não ser a Iris. — Ele sorri.

— Você está bem? — Ele me chama para sentar no seu colo.

— Sim.

    Não consigo deixar de me lembrar de tudo que aconteceu ontem. Ele, eu, na cama... E agora aqui, como se nada tivesse acontecido. Espero que esse sentimento de vergonha me deixe em paz logo. Eu mal consigo olhar pra ele.

— Ei. — Ele segura meu queixo, me fazendo o olhar nos olhos. Mas eu desvio o olhar. — Olhe pra mim!

— Eu tô olhando.

— Mayara! — Segura meu queixo com um pouco mais de firmeza. — O que você tem?

— Não seja um ogro, Guilherme. — Me levanto de seu colo.

— Eu fiz alguma coisa que você não gostou? Se for pelo desconforto, isso vai passar. Eu tentei ser o mais gentil possível com você... — Ele se levanta e para na minha frente.

— Você foi, maravilhoso! Eu só não sei como agir com você agora, depois que nós... — Ele tenta segurar o riso. — Se você for ficar rindo de mim eu vou embora.

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