CAPÍTULO 2

51 4 1
                                    

   Quando ele vira as costas e anda novamente na direção do elevador, senti minhas perdas falharem e só então percebi que estava prendendo a respiração.
   Continuei caminhando até a porta. Quando entro, vejo quatro mesas com computador espalhadas pela sala, dois rapazes, uma moça, e no final da sala, minha irmã. Caminho até ela e me sento.

— Que demora. — Ela pegou a bolsa da minha mão. — O que aconteceu?

— Nada. A moça da recepção não me deixava subir.

— Eu vou trocar de roupa e vou sair em quinze minutos. Me espera pra irmos juntas.

Três dias depois...

  Já é segunda de novo, mas pra minha sorte, só vou precisar ir até a faculdade pra entregar um trabalho e volto pra casa. Minha idéia hoje é ficar na cama o dia inteiro. Acho que estou ficando doente.
  Quando chego na faculdade, me sento na porta da sala junto de algumas outras meninas enquanto o professor não chega.

— Amiga! Vamos a uma festa hoje? — Bianca se sentou do meu lado.

— Sem chances, a última vez que concordei em ir a uma festa no meio da semana meu pai quase me esfolou viva.

— Ah para com isso! Vai ser uma festa tranquila. O Lucas comprou um apartamento e vai dar uma festa pra poucas pessoas. Vamos comigo por favor, não quero ficar sozinha lá.

— Tá bom, eu vou. Mas não vou ficar até tarde! — Ela me abraçou.

— Você é a melhor! Vou passar na sua casa as 20:00!

  Depois que consegui entregar o trabalho, volto pra casa e fico deitada na sala assistindo televisão. Estou sozinha hoje. Minha mãe está em um SPA com duas amigas e minha irmã vai pra casa do Felipe, seu namorado, depois do trabalho.

   Passo o dia assistindo Harry Potter e quanto o relógio marca 18:30, resolvo começar a me arrumar. Escolho um vestido estilo "tubinho", preto e com as costas abertas. O tempo está um pouco frio, então coloco uma jaqueta de couro peta por cima, nós pés coloco uma sandália com um saltinho baixo, só pra me dar um pouco de altura. Deixo meu cabelo solto e faço uma maquiagem básica. Assim como todos os outros dias, hoje eu facilmente ficaria em casa.
  
   As oito e quinze Bianca parou o carro na frente de um enorme e luxuoso prédio de frente para a praia. Entramos no elevador e quando chegamos até a cobertura, Lucas abre a grande porta de madeira, nós permitindo ver seu novo apartamento, se é que posso chamar assim. É enorme, com janelas que vão do chão até o teto. A música alta faz as janelas tremerem, imagino a raiva que os vizinhos devem estar sentindo agora.
   Vejo no máximo cinco pessoas da nossa faculdade. Ele nos leva até a cozinha, onde eu pego uma cerveja e Bianca pega outra. Depois de um tempo, percebo que os dois sumiram. Me sento em um dos sofás de couro.

— Tô me perguntando quanto tempo vai demorar para que os vizinhos chamem a polícia.

   Ouço uma voz familiar. E quando olho para o meu lado, está Guilherme Albuquerque. Diferente do terno que o vi usando a três dias, agora ele veste uma calça jeans, camisa polo preta e um casaco também na cor preta. Tem os cabelos perfeitamente arrumados e os olhos cor de mel brilham enquanto ele me olha.

— Mayara, não é?

— Tá me seguindo? — Ele riu.

— Você tá na festa do meu primo. — Lucas é um Albuquerque. Tinha me esquecido. — Da onde se conhecem?

— Estudamos na mesma faculdade.

— Qual o seu curso?

— O mesmo que o dele.

REDENÇÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora