CAPÍTULO 16

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— É claro que não tenho medo. É só que... A essa altura seu pai já sabe do que aconteceu com o meu pai. Ele pode não querer me conhecer.

— Sabe que não precisa se preocupar com isso. E também não precisa me responder agora. Pense sobre o assunto.

   Terminamos de comer e ficamos conversando enquanto terminamos de beber o vinho.
   Enquanto eu o escuto falando sobre como foi a viagem, não consigo parar de me sentir culpada em não contar a ele sobre a discussão com o meu pai, sobre eu precisar mudar de faculdade por conta do dinheiro e sobre o trabalho na academia. Eu precisei tanto do colo dele nos últimos dias por causa de tudo que aconteceu, que não quero passar a noite brigando sobre isso... Eu vou contar, amanhã. Ou talvez depois.

— Estava planejando uma surpresa para mim? — Guilherme pergunta assim que entramos no quarto.

— Está falando do jantar?

— Estou falando disso aqui... — Ele fala tirando minha lingerie branca do bolso da calça de moletom.

— Não era pra você ter visto isso... — Sinto minhas bochechas ficarem vermelhas. Eu devo ter esquecido de guardar de novo na minha bolsa.

— Veste pra mim? — Ele chega mais perto do meu corpo.

— Não. Eu tenho vergonha.

— Sabe que eu já vi muito mais do que uma lingerie não é?

— Guilherme! — Saio de perto dele e me sento na ponta da cama.

— Eu não quero assustar você. — Ele se senta atrás de mim e sussurra no meu ouvido. — Mas aqui, na cama. Quem manda sou eu! — Ele dá um beijo no meu pescoço. — Eu sei que sentiu saudades, como eu... Agora, você vai se levantar e vai vestir essa lingerie para mim.

    Sinto meu corpo se arrepiar. Deixo minha vergonha de lado por um segundo e caminho até o banheiro. Gosto do que vejo no espelho, as duas peças de renda caíram como uma luva.

   Guilherme está sentado em uma poltrona no canto do quarto. As luzes estão apagadas, a não ser pelo abajur ao lado da cama. Seus olhos castanhos passeiam pelo meu corpo atentamente, enquanto minha respiração está ofegante e meu coração disparado.

— Venha até aqui.

  Caminho até a poltrona rapidamente. Ele se levanta e com sua mão direita segura meu pescoço, me puxando para mais perto.

— Você não imagina as coisas que eu quero fazer com você agora. — Ele sussurra com a boca colada na minha.

— Me mostra então. — Ele ri enquanto dá mais uma olhada no meu corpo.

— Não aguentaria nem dez minutos.

— Você fala tanto sobre o que eu não aguentaria e sobre o que quer fazer comigo... Estou começando a achar que está blefando. — Ele segura meu pescoço com um pouco mais de força e me empurra até a cama.

— Não se esqueça que foi você que pediu.

...

   Pulo da cama no susto procurando pelo meu celular que desperta loucamente. Só me dou conta de que Guilherme não está mais na cama quando consigo finalmente desativar o alarme. Ele havia me dito que teria uma reunião importante na parte da manhã.

    Depois de um banho rápido, me visto com o uniforme da academia e saio do apartamento do Guilherme. Com o temporal que está caindo, sou obrigada a pegar um táxi, já que de moto ficaria ensopada.
    Faltando dez minutos para o meu horário, dou de cara com Luís, um dos professores que trabalham aqui, na entrada da academia. Entramos juntos e eu já começo a organizar o balcão.

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