CAPÍTULO 21

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    Dirijo segurando forte o volante. Henrique está ao meu lado tentando ligar para alguém em casa, mas ninguém atende.

   Quando finalmente passamos pelos portões, paro o carro de qualquer jeito em frente a casa, dou as chaves a um dos seguranças e entro logo atrás do Henrique.
   Sinto o ar voltando para os pulmões quando vejo todas dentro da piscina junto com as crianças. Mayara está sentada na borda ao lado da tia Duda, ela se levanta e vem até mim.

— Onde você foi? Eu estava te procurando. — Ela pergunta sorrindo.

— Precisei resolver uma coisa com o Henrique. Assuntos da empresa. — Seguro seu rosto com as mãos e lhe dou um beijo. —

— Estávamos planejando ir ao shopping depois do almoço, mas seu pai disse que é melhor ficarmos em casa porque a segurança está reduzida hoje e nós somos muitas. — Ela sorriu. — Você está bem?

— Sim, estou bem. — Sorri para tranquiliza-la.

   A seguro em meus braços e beijo o topo de sua cabeça. Henrique está do outro lado, sentado em uma das espreguiçadeiras com Alice e minha sobrinha Cecília em seus braços.
    Meu pai saí de dentro de casa e seus olhos imediatamente entendem o que aconteceu. Estamos sob ameaça, e o pior, pela primeira vez estamos completamente no escuro.

   Henrique e eu contamos aos outros sobre o que ouvimos, e é claro, meu pai já acionou toda a equipe de segurança. Quem está por trás disso está um passo a frente de nós, mas posso garantir que ele não dará o segundo.

    Mayara está radiante e feliz. Ela queria muito que minha família gostasse dela, e é claro que ela conseguiu. Minha mãe, minhas tias, Cinthya, Alice e ela estão inseparáveis o dia inteiro. Sempre cochichando, rindo e conversando, e isso é muito bom. Já que no momento toda a minha atenção precisa estar ligada a segurança delas, e se elas estão sempre juntas, fica mais fácil.

   Agora devem passar das quatro da tarde e eu vim para o quarto. Além de me preocupar com tudo que está acontecendo, ainda preciso estar a par de tudo que acontece na empresa. Pego o notebook e começo a revisar alguns documentos quando alguém bate na porta.

— Tá ocupado? — É meu irmão caçula, Miguel.

— Só revisando alguns documentos, mas eu já termino. — Ele se senta na minha frente.

— Acha que se eu disser ao papai que não quero trabalhar na empresa quando terminar a escola, ele vai ficar com raiva?

— É claro que não. Porque acha isso?

— É que, quando vejo você e o Henrique comandando tudo, e o Lucas estudando pra começar a trabalhar lá também, sei lá... Me sinto um pouco, mal por não ter essa mesma vontade. — Ele fala encolhendo os ombros.

— Foi escolha nossa trabalhar na empresa. Você não vai ser menos filho ou menos importante se quiser fazer alguma outra coisa. Você é um Albuquerque, pode fazer o que quiser! — Ele sorriu. — Já conseguiu se acostumar com a escola nova?

— Já. Agora eu até gosto um pouco mais de lá.

— Isso tá me cheirando a garota em. — Brinco com ele. — Qual o nome dela?

— Jessie, ela é da minha turma de álgebra.

— Guilherme. Mayara, Cynthia e eu vamos ao shopping. Não vai demorar. — Alice fala da porta e sai.

— Não vão não!

   Me levanto e vou atrás dela. Que para dentro do quarto de Cynthia, no fim do corredor, onde todas as mulheres da casa estão.

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