Capítulo 22

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-Que inferno, por que estão demorando tanto?

-Calma Azy, ele vai ficar bem!

-Quem dera fosse verdade.

-O que ele tem?

-Ele...

O médico aparece.

-Como ele está?

-O caso está muito avançado, pela falta de tratamento, o tumor se espalhou rapidamente.

-Quanto tempo?

-Dias, talvez semanas... Sinto muito.         Suspiro deixando as lágrimas cair.

-Posso vê-lo?

-Assim que o levarem para o quarto pedirei para enfermeira lhe buscar.

-Obrigado.                O médico nos deixa, meus olhos encontram os de Jay. -Ele está morrendo, Jayson, e tudo que ele quis na vida foi me fazer feliz pelos dias que ainda restava para ele. Eu imagino que você esteja com raiva e eu não estou justificando o que ele fez, mas o que você faria no lugar dele?

- Eu não sei Azy.

- Eu consigo entender os motivos dele Jay, mesmo sem concordar com eles. Eu não vou abandona-lo Jay.

-Eu jamais te pediria isso, Azy.  Só me responda uma coisa...

-O que quer saber?

-Você algum dia deixou de me amar?

-O Tom sempre me disse que na vida temos dois amores. O primeiro amor e o amor da nossa vida, o Tom foi meu primeiro amor e você, você é o amor da minha vida. Então a resposta é não, eu nunca deixei de te amar.

-Nesse caso, eu vou esperar por você Azy. Vou esperar até que possamos ficar juntos. E até lá, vou respeitar o seu espaço, vou respeitar o Tom.

-Obrigado Jayson.

A enfermeira aparece para me levar até o quarto aonde Tom se encontra, me advertindo que só posso ficar por 10 minutos no máximo. Ele está adormecido devido a medicação.

-Oi Amor, eu não vou poder ficar aqui, mas amanhã eu volto. Fica bem pra mim, por favor.     Dou um beijo em seus lábios antes de sair do quarto.

-Como ele está?

-Dormindo, devido a medicação. Eu não vou poder ficar com ele.

-Quer carona?

-Acho que vou ficar por aqui mesmo.

-Não tem porque ficar na sala de espera. O dia foi longo demais, vá para casa, tome um banho, coma alguma coisa e depois descanse. Você precisa estar bem para poder ajudar o Tom nesse momento.

-Obrigada!  Você está certo.

-Vamos, eu te deixo em casa.

Assinto me forçando a mover os meus pés para fora do hospital. Jayson dirige em silêncio e eu agradeço mentalmente por não forçar uma conversa, ao mesmo tempo o silêncio é sufocante demais. Me remexo no banco, Jayson me olha tentando entender o meu incômodo.

-Pode ligar o rádio, se quiser...

-Obrigada!

-Meu carro, seu carro...  Ele diz mas acredito que ele esteja divagando em memórias. Em nossas memórias de quando éramos jovens apaixonados.

Ligo o rádio tentando não demostrar que a lembrança estava tão viva em minha memória quanto a dele, procuro uma estação de rádio com músicas agitadas, mas só encontro canções de amor. Suspirando em derrota desligo o maldito aparelho que só piorou meus sentimentos com canções melosas.

-O que você fez durante esses anos?

-Você realmente quer conversar sobre isso agora?

-Esse silêncio está me matando.

-Tudo bem! Eu fiz faculdade de gastronomia e abri um restaurante. Nesse meio tempo eu consegui juntar provas contra Dandara e o meu tio, me divorciei e vim atrás da mulher da minha vida. 

-Você cuidou bem da casa.      Mudo de assunto e ele sorri.

-Procurei não alterar as suas lembranças, mas acrescentei umas novas.

-Eu vi.

-Se não quiser eu posso levar...

-Não! Eu... eu gostei. São momentos felizes.

Jayson me deixa em casa, ele se oferece para ficar um pouco comigo. Eu digo que não é necessário e que vou ficar bem então ele vai embora. Vou direto para o quarto, me jogo na cama e deixo o cansaço me tomar.

Amor Pra SempreWhere stories live. Discover now