Capítulo 16

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Ao chegarmos na cachoeira não contive o meu entusiasmo. Tirei a roupa rapidamente e dei um mergulho dentro da lagoa que se formava com a queda d'água. Não fui a única pois em seguida meus amigos também mergulharam. Nadamos juntos por um bom tempo, depois os meninos foram preparar o nosso local para o piquenique.

-Então Maluquete, você vai dar uma chance ao caubói? Grazi pergunta.

-Não, enquanto eu não conversar com Jayson.

-Vocês estavam quase se comendo na cozinha.

-Renata!

-O que? É verdade.

-Não precisava falar assim.

-O caubói tem pegada? Grazi pergunta curiosa.

-Tem. Respondo.

-Sua danada, estava escondendo o jogo.

-Não é a primeira vez que a gente se beija. Até porque, tivemos o nosso primeiro beijo juntos quando crianças.

-Nossa que babado! Diz Grazi.

-Você nunca contou isso! Renata reclama.

-Não tinha o que contar, na época o Tom gostava de uma menina chamada Laila e eu gostava do Richard, ele era o menino dos sonhos de qualquer garota. O nosso medo era conseguir ter a chance de beijar e passar vergonha, então Tom e eu resolvemos treinar.

-E valeu a pena treinar?

-Na verdade, eu não sei. O beijo do Tom nunca beijou a Laila e nem eu beijei o Richard. Na verdade, os pais deles, os pegaram se beijando no celeiro, depois desse evento eles foram mandados para casa de parentes fora da cidade.

-Pensa pelo lado positivo: Você aprendeu a beijar. 

-Será que o caubói vai te ensinar a cavalgar também?

-Grazi! Desde quando você ficou tão safada?

-Deve ser desde o dia que Daniel dormiu na casa dela. Diz Renata.

-Vocês transaram? Pergunto.

-Tecnicamente, nos ficamos estudando para as provas. Grazi responde dando de ombros.

-Até parece que a tia Sofia caiu nessa! Digo rindo.

-Claro que não! Ela disse claramente: "Daniel se precisar de borracha, tem no armário do banheiro. Pode usar a vontade pois sou muito nova para ter surpresas nos estudos de vocês." Em outras palavras: Use a camisinha pois não quero minha filha grávida!

-Exatamente. Rimos

-Tia Sofia parece uma bruxa, sempre sabe o que estamos pensando em fazer, antes mesmo de nós.

-É verdade, lembra daquela vez que "roubamos o carro para ir na boate".

-Como esquecer?!

-Como ela disse? Ah, lembrei: "Se vão fazer o que estão pensando, fiquem sabendo que não vou acobertar ninguém, não sejam presas, não causem acidente e nem parem no hospital. E antes que eu me esqueça, não destruam o carro."

-Pois é! Como ela sabia? Nós não falamos nada para eles não desconfiarem.

-Como ela mesmo diz: "Filha pode não parecer mas eu já fui jovem. É eu era terrível. "

-É desse jeito mesmo!

-Ei meninas, vamos comer! Estou com uma fome.

-Vamos. Nadamos para sair da água.

-Oi, sentiu minha falta?     Tom pergunta. 

-Talvez.

-Nossa! Isso doeu.            Ele coloca a mão no peito e faz cara de dor.

-Para de drama! Você vai sobreviver...

-Talvez, se eu ganhar um beijo.

-Nem vem, vamos pular comigo das pedras?

-Tá doida? Não tem profundidade para pular de lá, tem pedras, podemos morrer ou ficar com sequelas.

-Seu medroso!

-Não sou medroso, não posso deixar você pular.

-Tente me impedir.

-Alice, não brinque com isso.

-Vamos lá... Nós somos uma dupla, Batman e Mulher Gato, Arqueiro Verde e a Viúva Negra.

-Tá bom sua louca! Que Deus nos ajude.

- Você já foi mais corajoso.

- Eu sei.

-Vamos logo.

Nós vamos para as pedras, Tom faz mais uma tentativa para me impedir de pular. Sem dar ouvidos, tomo impulso e pulo sendo seguida por ele. Ao emergir da água ele se aproxima  

 -Você ainda vai acabar me matando com essas suas mania de aventura. 

-Vai me dizer que você não gosta da adrenalina?

-Eu gosto de você, e é por isso que eu sempre faço o que você quer. Ainda mais estando sexy desse jeito. 

-Ei caubói, vamos comer!             Grazi grita.

-Vamos Alice, antes que as suas amigas resolvam vir aqui me afogar.

Voltamos para junto dos nossos amigos.

-Quando vai voltar para casa?        Renata me pergunta.

-Pedi uma semana de licença na escola.       Respondo.

-Uma semana é muito.      Reclama Grazi com um biquinho.

-Pra mim é pouco.       Diz Tom insatisfeito.

-Pra você nada é o suficiente.        Ele ri e deposita um beijo na minha testa.

Fecho os olhos por um momento, sentindo a sensação do vento contra o rosto, os raios solares passando pela folhagem e atingindo a minha pele. Trago a mente a sensação da adrenalina no meu corpo de quando pulei, o frescor da água gelada envolvendo o meu corpo, foi libertador... Penso no momento em que terei de conversar com Jay, tento acalmar o meu coração que se agita só de lembrar dele. 

Amor Pra SempreWhere stories live. Discover now