🎸: 021. O início de uma era

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"Eu não te esqueci, apenas superei
Não faz sentido sentir qualquer coisa por você
quando, se me perguntam o que aconteceu,
eu respondo que terminei"

– Não te esqueci, CUPID • faixa 15

      Thalia se lembrava perfeitamente da primeira vez que pensou em ter uma banda. Ela tinha catorze anos, seu cabelo ainda batia pouco abaixo do ombro e ela não se vestia tão bem assim. Morava com o pai, porque ainda não tinha sido emancipada, mas odiava estar lá. A única coisa que lhe restava era a guitarra que tinha ganhado de Natal do seu tio, pouco depois do seu aniversário. Ela estava aprendendo a tocar. Sua madrasta não lhe deixava fazer aulas de música porque dizia que tiraria o tempo dela para estudar as matérias curriculares, como matemática, que a Grace odiava, mas ela assistia vídeos na Internet e se esforçava para pelo menos conseguir um ou dois acordes.

      Ela estava na escola, conversando com Annabeth e Piper no intervalo sobre música, já que a McLean fazia aulas de canto também. Elas estavam apenas brincando, mas Thalia imaginou como seria ter uma banda, ainda mais com suas melhores amigas.

       Entretanto, ela nunca imaginou que todo aquele sonho se tornaria realidade. Músicas, shows, reuniões, um álbum, um videoclipe e fama.

       O "Cupid!" tinha estourado na Internet, além do sucesso que fizera dentro da própria cidade em que moravam. As pessoas comentavam, elogiavam as músicas e buscavam conhecer mais sobre os membros da banda. Naquele período, Rachel havia encontrado até mesmo um fã-clube para eles. Claro que tinha o seu lado negativo: sempre que algo tem gente para elogiar, tem para criticar também. Porém, não era nada que não desse para ignorar. Depois de tudo que tinham passado com Calipso, algumas pessoas falando que as suas músicas eram chatas não era nada demais.

      Todavia, isso não era o melhor de tudo. Apenas uma semana depois do lançamento do álbum, Nêmesis convocou a banda para uma reunião no Argo II e anunciou que os organizadores de um festival de música nacional de Salvador haviam contatado-na para convidar a banda para fazer um show lá. Não seria nada gigantesco, mas já era muito legal.

      Portanto, o grande dia chegou. Eles já estavam em Salvador há quase uma semana, para se adaptarem e conseguirem preparar tudo para a apresentação. O hotel em que estavam hospedados tinha quartos o suficiente para apenas duas pessoas dormirem em cada um e o festival ainda lhes fornecia um espaço para ensaiar e um camarim para cada membro da banda — assim, eles não teriam que se revezar para trocar de roupa como no único camarim que tinham no Argo II, onde todos se arrumavam juntos.

      Todos estavam muito nervosos. Amontoados no estúdio onde vinham ensaiando, cada um tentava se distrair da sua própria maneira. Reyna estava sentada no chão, olhando para o nada e não dizendo nada também. Thalia estava deitada em seu colo, se virando de um lado para o outro como fazia quando não conseguia dormir durante a noite e ficava pensando. Pensando, pensando e pensando. Percy estava sentado no chão também, aos pés de Annabeth, mas ele estava conversando com a sua mãe pelo celular enquanto sua namorada mexia no seu cabelo e lhe garantia que o show seria um sucesso. Piper, que geralmente era quem menos se afligia com os holofotes, estava brincando de arremessar seu chinelo para Nico, que lhe jogava de volta repetidas vezes. Leo não parava de batucar na mesa, no chão, em qualquer coisa que visse pela frente. Rachel estava desenhando na sua mão incansavelmente. Cada segundo que se passava parecia deixá-los mais nervosos.

      Eles nunca tinham ensaiado tanto para uma apresentação antes, o que era o argumento de Jason, perguntando se Leo estava bem a cada dois segundos, estava usando para tentar tranquilizá-los de alguma forma. Mas como eles poderiam manter a calma? Era o que Reyna pensava. Uma coisa era se apresentar no Argo II, onde apenas as pessoas de mente mais aberta apareciam e, às vezes, o público mal chegava a cem pessoas. Outra completamente diferente era se apresentar para pouco menos da metade de todo o público que estava no festival, considerando que eles não reconheciam o rosto de nem um por cento daquelas pessoas. Era assustador.

🎸 ── brooklyn baby ; theynaOnde histórias criam vida. Descubra agora