Rubens.
Sai do carro e fui até o banco de trás, tirei o corpo e fechei o veículo, arrastei-o da beira da estrada até mata adentro.
Está escuro, porém consigo enxergar graças a meus olhos da forma original.
- Olha só, alguém saiu do controle - A voz de zombaria dele surgiu entre as árvores.
- Cala essa maldita boca, se não vai ajudar, some - retruquei, jogando o cadáver no solo quando já tenho uma boa distância da margem.
- Eu vou te ajudar, mas isso vai te custar caro - Se disponibiliza preguiçosamente.
- Conseguiu descobrir como silenciar esse imbecil de uma vez por todas? - Questionei, me transformando em meu estado original, assim poderia cavar com as garras e enterra-lo.
- Pobre infeliz, teve o azar de cruzar o caminho de um demônio estressadinho feito você - Riu de um jeito sádico.
Comecei a cavar, ajoelhado na terra seca.
- Diga de uma vez seu inútil! - Vociferwi, jogando terra nele.
Azazel rosnou.
- Iria sugerir que usasse o sangue dele, mas está morto... ela me disse que você precisa usar o sangue de alguém como um sacrifício, de preferência mata-la, mas essa pessoa tem que ter uma ligação muito forte com o seu amiguinho aí dentro - explicou, apontando minha cabeça.
A única pessoa que vem na minha mente...
Não, ela é parte disso, não posso machuca-la.
- Não há outra maneira? Se eu retirar apenas o sangue da...
Espera um pouco.
Tamar!
- Você terá que acabar matando, não há outra alternativa, é um sacrifício, assim que a lua estiver cheia, um punhal de prata pura, à meia-noite, faça, quando antes fizer, mais chances tem de dar certo - Continuei, gostando de dar aquela explicação sombria em meio ao cenário mórbido.
- Agora vamos ao que interessa! - Deu um sorriso largo de empolgação.
- O que? Vai me pedir roupas novas? - Supus, pois às vezes ele andava vestido como se fosse para um Carnaval, do jeito que estava naquela noite, vestindo uma saia vermelha reta, sapatos de saltinho de couro e uma gargantilha contendo um rubi no meio.
Fora o glitter no canto dos olhos.
- Quero ela - Impôs sua condição.
Um brilho sombrio tomou suas írises.
- Quem? - Esperei que a resposta não fosse a que eu imaginasse.
- Taissa - disse.
- Nem morto você vai tê-la! - Quase gritei aos quatro ventos.
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Somos feitos de sangue e mentiras [Finalizada]
De TodoTaissa é uma estudante de astronomia que por obséquio do destino acabou se afastando de seu amigo. Quando as aulas voltaram na universidade em que estudam, os dois retomam convivência, ela acaba notando estranhos comportamentos do ex-amigo, sem imag...