Taissa.
Mandei mensagem a meu pai logo cedo, ele me disse que Maitê havia saído para comprar algumas coisas junto com Akemi e minha avó. Nem sinal de Laura, mandei várias mensagens e nenhuma foi respondida com algo mais do que "estou bem, não se preocupa''.
Já passava da uma da tarde quando atravessei os corredores da universidade rumo à sala, porém quando entrei, fui barrada na porta por Pietro. Percebi de esguelha a chegada do homem alto de moletom.
— Não pode entrar depois que tocam os sinais Taissa, espere a segunda aula — disse, com um sorriso cordial embaixo do bigode levemente curvado.
— Maria — Cumprimentou-a, olhando em minha direção e deu espaço a ela.
— Ela vai poder entrar e eu não? — Cruzei os braços, desacreditada.
— Maria foi ao banheiro, já estava dentro do campus, você entrou agora — Tentou justificar.
— Ah claro! A namorada do professor tem mais trinta minutos de tolerância e eu não — Bati suavemente na cabeça, fingindo me culpar por ter esquecido.
— Fala baixo Taissa! — pediu a loira, temendo que alguém lá dentro escutasse.
— Está dando para te escutar no corredor todo! O que está dando em você? — Rangeu os dentes, falando o mais baixo possível.
— A pergunta é: o que você está dando para ele? Ah, não é difícil saber, não é Maria? — retruquei, rispidamente.
Maria me deu um tapa no rosto que espalhou meus cabelos.
— Você ficou louca? — Ele surgiu, entrando no meio da discussão.
— Não se intromete aqui Rubens, o assunto não é com você! — Respondeu ela, apontando o dedo.
Desferi um tapa contra sua mão.
— Não fala assim com ele sua prostituta! — Cuspi as palavras, quase saindo fora de mim naquele momento.
Maria me lançou um olhar incrédulo.
— BASTA! — Interviu Pietro, nos afastando e a puxando para trás de si.
— Rubens, por favor, tira a Taissa daqui, você precisa se acalmar! — Pediu ao aluno, entrando na sala e fechando a porta. Pude ver os olhos castanhos marejados me olhando do outro lado do vidro da porta.
— Por que estavam discutindo? — Franziu as sobrancelhas grossas.
— Ela é uma oportunista, por isso! Talvez eu também deva namorar o professor, assim posso chegar na hora que quiser e ainda zanzar pelo corredor — Bufei, querendo esganar alguém.
— Não repita isso — Saiu de seus lábios grossos de uma maneira séria.
— É verdade, foder com o professor me daria vantagens, talvez até fosse aprovada sem nem sequer vir às aulas...
Senti mãos agarrarem meu pescoço com pressão e meu corpo colidir com a parede fria.
Estremeci por dentro.
— Nunca mais diga isso — Seus olhos escuros estavam com um brilho que me deu arrepios.
— Você é minha, entendeu? — disse de maneira possessiva.
— Me solta — Foi tudo que consegui falar. Rubens distanciou as mãos do meu pescoço e permaneceu com uma seriedade nada boa no rosto, como eu estivesse ofendido, eu nunca tinha o visto daquela maneira.
Um garoto passou por nós e olhou para minhas pernas descobertas.
— Sua saia — Apontou, sem me olhar nos olhos.
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Somos feitos de sangue e mentiras [Finalizada]
De TodoTaissa é uma estudante de astronomia que por obséquio do destino acabou se afastando de seu amigo. Quando as aulas voltaram na universidade em que estudam, os dois retomam convivência, ela acaba notando estranhos comportamentos do ex-amigo, sem imag...