S/n pov
— Eu... preciso ir para o hospital. - Falei rapidamente. Entrei no closet pegando algumas roupas. Camila está atrás de mim me seguindo. — Eu estou com muito medo, eu não sei o que esperar. Estou preocupada.
— Vai ficar tudo bem. Não se preocupe, amor. Vai ficar tudo bem. - Assenti sem muitas esperanças. Quero muito que ela esteja bem, mas sinto que algo aconteceu.
— Tenha esperanças de que vai dar tudo certo, que vai ficar tudo bem. Eu sei o que está pensando, eu sei. Mas, tente pensar positivo. Ela está bem, amor. - Senti suas mãos tocando meu rosto. Meus olhos estavam fechados, sinto que algo ruim está por vir. — Se quiser, eu vou com você.
— Eu quero, por favor. - Sussurrei as palavras. Não consigo sentir esperanças, infelizmente não consigo.
— Eu vou me trocar, me espera, tudo bem? - Assenti novamente. Vejo ela entrar no banheiro após pegar suas roupas.
Depois da ligação, fiquei feliz por saber que ela acordou, mas também senti algo ruim. Sinto que algo não foi dito e me foi escondido durante todo esse tempo em que Lauren esteve desacordada. Sinto que mentiram para mim e algo aconteceu ou está acontecendo.
Antes da ligação, eu não recebia muitas informações da enfermeira que eu tinha o contato, mandava mensagens, mas ela não me respondia. Realmente sinto que algo ruim está por vir.
Logo Camila e eu estávamos a caminho do hospital. O trânsito estava bom e estávamos chegando rápido até. Paro o carro no estacionamento e pego o elevador para a recepção.
— Viemos ver Lauren Jauregui. - Camila disse para a mulher. Seus olhos nos encararam confusos. Franzi o cenho. A mulher olhou no computador e nos entregou os adesivos. — Obrigada. Por que ela nos olhos daquela forma? - Perguntou enquanto andávamos até o elevador.
— Eu também percebi, mas acho que seja por... - Parei de falar assim que alguém entrou no elevador. Era uma figura conhecida por mim, mas eu não conseguia me lembrar. Segurei nas mãos de Camila fazendo ela me encarar.
— O que foi, amor? - Perguntou após meu ato. A figura era alta e masculina. Eu o conheço, mas não consigo me lembrar. O homem apertou o décimo andar e esperou calmamente.
Puxei Camila rapidamente para fora do elevador assim que as portas se abriram. O andar que estamos não é o de Lauren e isso deixou Camila confusa, seus olhos me encaravam procurando alguma resposta por isso.
Enquanto estávamos no elevador, por uma marca em seu braço, reconheci a figura. Era Alejandro Cabello.
— Amor, o que houve? Esse não é o andar de Lauren. - Me virei olhando em seus lindos olhos castanhos. Segurei em seu rosto. Meus olhos ardiam pelas lágrimas que eu insistia em prender. Só de estar perto desse homem me deixa nervosa. Estou com medo. Achei que ele estivesse morto.
Não aguentei segurar as lágrimas. Camila ergueu meu rosto perguntando o que estava acontecendo. Suas mãos acariciavam meu rosto e ela dizia palavras de esperança.
— Era ele, Camila. Era ele. - Levei minha mãos para a cabeça. Esse sentimento sufocante só em pensar que ele está no mesmo lugar que eu, que ele está a alguns andares de distância de mim. O homem que me sequestrou, que sequestrou minha filha. O homem que me deu um tiro, que tentou matar a minha filha.
Minhas pernas tremem e meu corpo está fraco, sinto que vou desmaiar a qualquer momento. Meu peito dói com as lembranças do que aconteceu.
Sinto raiva, eu quero matar ele.
Ele quase acabou com a minha vida, ela quase matou a minha filha.
Sinto tanta raiva dele, tanta que o mataria com as minhas próprias mãos. Mas, tenho medo de estar no mesmo lugar que ele, me sinto ameaçada, sinto que estou em perigo, sinto que ele vai fazer alguma coisa e isso vai me machucar profundamente.