007. - Garota infernal.

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Após horas de reunião, rabiscos e estudos as duas já exaustas, entre um café e outro, é mais meia dúzia de xingamentos a quem quer que fosse, Valentina e Luiza deram o dia de trabalho encerrado e passaram para a etapa de reportar as novas informações a Felipe que comandava tudo de São Paulo, o mais velho faltou prometer meio mundo de coisas às duas, afinal as suspeitas estavam certas e se tratava de um cartel de aliciadores, de fato. Com isso já claro, elas receberam as seguintes orientações: 1. Continuar com os disfarces. 2. Conseguir maiores informações sobre a venda de menores na fronteira. 3. Montar uma escuta no escritório de Lucas.

A última seria a ideia mais tranquila de ser executada, já tinham feito isso algumas muitas vezes durante a carreira na polícia. Tirariam com os pés nas costas e ainda mais tendo prazo para cumprir. "Não quero saber como Valen, quero saber de ter essa escuta montada lá, até o final de semana." — foi essa a resposta de Felipe aos questionamento de Valentina, sobre qual seria o jeito mais efetivo de fazer aquilo na visão dele, afinal era seu chefe, lhe devia obediência. — e ela como uma ótima agente, a melhor dali, certamente daria um jeito nisso, com a ajuda da Luiza Campos. Como dito, essa parte seria fácil, entretanto manter os disfarces já não estava mais sendo interessante para a dona do par de olhos verdes. A teresopolitana estava ficando confusa e para ajudar Luiza não parecia muito diferente.

Que por falar nela, se manteve distante, por alguns dias. Faziam o teatrinho na frente dos outros na boate, porém fora isso a tratava como uma mera colega de trabalho. O que era muito incomum, já que a mesma amava provocar. Valentina estranhou o comportamento e preferiu não morrer com aquilo engasgado.

— O que aconteceu com você? Está estranha. — Comentou enquanto servia um café para as duas em seu apartamento. Elas estavam analisando o material que tinham conseguido com alguns vizinhos da boate.

— Estou normal, Valentina. — sorveu um gole do café quente. — É apenas dor de cabeça.

— Dor de cabeça há dias? E por que ainda não foi ver isso?

Questionou e a carioca subiu o olhar firme para si, como se quisesse que ela não insistisse naquele assunto.

— Porque não. Podemos simplesmente voltar a nos concentrar no caso?

— Claro que sim. — Dando de ombros, Luiza voltou a prestar atenção nos papéis a sua frente. Sob o olhar curioso dela.

Embora Valentina não estivesse muito satisfeita, também já conhecia a outra o suficiente para saber que em certas coisas não adiantava insistir, ela não iria falar, pelo menos não agora.

Bom... Haviam descoberto que o chefe se chamava Juan e era um boliviano podre de rico. Ele era dono da boate e era quem selecionava as garotas e as crianças para a venda ao mercado negro estrangeiro, com a ajuda e interferencia direta do casal que vez ou outra se encontrava com Lucas na própria boate,  muito por conta disso ninguém desconfiava, o casal lhe dava respaldo total para a mediação nas negociações. Ficaram o restante do dia maquinando como iriam começar desmontar aquele castelo de papel.

— E se pegássemos um dos segurança? — Valentina sugeriu — Aposto que se a gente apertar um pouquinho eles vão falar o que sabem. — Depois de um tempo analisando os papéis Luiza a encarou.

— Ótima ideia, mas temos que ir com cautela, — Deu de ombros, ainda absorta em seus pensamentos — você viu que eles estão armados até os dentes.

— Eu sei disso, mas tem um dos caras que me come com os olhos, todas as vezes que eu chego lá... — Foi a vez de Valentina sorrir daquele jeito —  Então eu vou usar todo o meu poder de sedução. — Luiza arqueou uma sobrancelha e ela riu.

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