037. - Vida intensa.

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Oi pessoal! Bem-vindas de volta, obrigada pela companhia.
Boa semana.
Aproveitem a leitura.

Luiza Campos.

Desde o dia que finalizamos a primeira parte do caso do desaparecimento do menino Pierre, que consequentemente nos fez conhecer a delegada de Belo Horizonte, eu fiquei pensando sobre como a nossa vida é louca. O cotidiano policial é insano, completamente imprevisível e apesar dessa loucura, é como se eu me sentisse cada vez mais viva. Tem dias que eu estou beirando o auge da exaustão, mas outros é como se o caos me fizesse falta, os dias estão passando muito rápido também e isso contribui para que eu me sinta cheia de um misto de sentimentos. Tudo tem estado muito bem encaminhado, principalmente o meu relacionamento com a Valentina, temos conseguido viver no meio dessa loucura como um casal da melhor forma possível.

Na última semana ela recebeu um email sobre a resolução do inquerito sobre o seu acidente, e eu senti que a resposta, ainda que positiva a deixou insegura, acredito que muito porque voltar nessa história não a faz bem e de certa maneira a faz reviver aquela semana e as que seguiram a sua recuperação. Fiz o que eu pude para estar perto, demonstrar apoio, dar carinho e conforto para ela. Sendo a melhor namorada que eu poderia ser, e com esse pensamento foi que eu decidi que iríamos as duas até a casa que ganhei dos meus pais passar o final de semana, e mais uma coincidência da vida, a casa fica em Itaipava, região serrana do Rio, no meio dos dois municípios Petrópolis e Teresópolis, cidade da minha mulher. Algumas horas de carro e chegamos já no fim da tarde, e a casa é maior do que eu podia me lembrar e ainda mais linda.

— Luiza! Isso é uma mansão. — Valentina falou assim que chegamos ao quarto principal, depois de ver os outros cômodos rapidamente antes de subir. Tomamos um banho quente e trocamos de roupa também, no banheiro comum da casa. — Meu Deus, imagine para limpar tudo isso!

Eu virei o rosto para encará-la e alcancei minha bolsa de mão só para bater nela. Quem com uma casa dessa, depois de seis horas de viagem iria se preocupar com limpeza e arrumação?

— Cala a boca, miss dona de casa! Quem se importa? Vem! — Puxei sua mão e fomos até a varanda. Ao contrário das outras três que tínhamos, as de São Paulo, rodeada de prédios, e a do Rio com vista para o mar, essa tinha vista das montanhas e é a coisa mais bonita do entardecer. — Olha, amor! Esse céu laranja é tão lindo. Esquece a organização da casa, foca nessa beleza.

— É lindo mesmo! — Falou enquanto contemplava a vista e inspirava o ar puro que parecia ser perfeito para o lugar. — Eu acho que a gente merece aproveitar essa calmaria pra fazer uma coisa muito boa!

— É mesmo? — Perguntei em seu ouvido, deixando beijos por ali. — O que?

— Hummm, dormir. — Se desvencilhou de mim e voltou para o quarto, que já tinha sido mobiliado pela minha mãe, assim como todo o restante da casa — Tô exausta, você roubou na contagem e eu tive que dirigir mais do que você!

— Eu não roubei. Eu esqueci, é diferente! — Falei indo até ela que agora estava jogada na cama como uma estrela do mar. — Mas até que não é uma má ideia, a gente dorme um pouquinho e depois desce pra jantar. Vou fazer tacos.

— Viu? — Ela levantou o tronco só para escutar o meu braço e me puxar para se juntar a ela. — É por isso que eu te amo. Namore alguém que goste de cochilar junto com você!

— Cheia de frases de efeito, deve ser sono, agente. Vamos mesmo dormir um pouquinho. — Agarrei sua cintura para me aninhar pelo seu corpo em uma conchinha.

Se chegamos a Itaipava no início da tarde, sequer vimos a hora passar, pois acordamos já pela noite, e ouso dizer que só foi por causa do frio, já que deixamos a porta da varanda aberta. E o vento gelado castigou. Descemos pela casa escura até a cozinha, e eu me animei a cozinhar pra gente, enquanto a minha namorada fotografava alguns detalhes do quintal e da piscina com as montanhas de fundo com o celular.

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