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Luiza Campos.
O desespero é um sentimento cruel, ele te desorganiza, te desorienta e te faz gritar para tentar sanar o turbilhão de sensações. Ele te paralisa também, e é como eu estou agora, paralisada. Faz uma hora que entraram com a Valentina para o centro cirúrgico, por causa de uma convulsão que ninguém sabe explicar porque se deu. Visto que o médico disse que não tinha danos cerebrais, ele nos assegurou que estava tudo bem e que o corte tinha sido superficial. Eu agora estou pensando e revisitando tudo que eu sei, e eu não sei absolutamente nada, sobre problemas que acarretam convulsões e ninguém diz absolutamente nada. O desespero gera impotência.
Rodolfo seu colega está aqui, ele tinha acabado de chegar quando ouvimos uma gritaria no corredor e o corpo de Valentina se batendo contra a maca ao tempo que ela vomitava, e acreditem eu já vi muita coisa muitos ferimentos a bala, muitos cortes profundos, ele também com certeza tem experiências complexas com feridos e até mortos, mas a imagem dela se debatendo praticamente inconsciente consegue ser pior do que qualquer ferido por arma de fogo, pelo menos no meu entendimento e acredito que no dele também. Pois ele está calado, desde quando soubemos da cirurgia de emergência, está quieto sentado com a cabeça baixa, e eu gostaria de puxar assunto, mas o nosso assunto principal não está aqui. E eu já percebi que ele é bastante reservado.
— Doutora. — Chamou depois de longos minutos em silêncio. — Quando eu conheci a Tina, ela estava chegando no COT, era uma jovenzinha de não sei, vinte e quatro anos? E a gente comentava que ela era muito boa, a melhor da sua turma. Um tempo depois eu virei seu canga e a gente se aproximou ficando amigos. Eu sou daqui mesmo de Brasília e ela já foi na minha casa, conhece a minha filha e a minha esposa. A Tina é muito gente boa, custa acreditar que isso está acontecendo.
— Você pode me chamar de Luiza! — Sorri e me aproximei dele sentando ao seu lado no sofá. — Eu faço ideia de como ela é importante para você, eu a conheço a menos tempo, mas sei que ela é muito gente boa mesmo. E mas, sei que ela é casca grossa. Vai ficar tudo bem, tem que ficar.
— Posso fazer uma pergunta? — Assenti — Me desculpa a indiscrição, mas você não está aqui apenas porque ela é a gente da sua delegacia não é? Digo, eu estava com ela no dia da explosão e ela estava falando com você, e antes tinha me dito que ia atender a namorada.
— Nós somos namoradas. — Respondi simplesmente. — E eu confesso que não estou preocupada com a integridade física da policial Valentina e sim com o futuro da saúde da minha mulher. Como policial eu sei que ela é ótima, que vai dar o seu melhor sempre. Mas a pessoa física é que me preocupa agora, sem essa não existe a policial infiltrada, cotiana e tudo mais.
— Muito legal saber que ela tem você. Ela é muito sozinha, bom sei que tem o Igor e a família do chefe dela, mas no geral ela é muito só. — Suspirou e bateu as mãos nos joelhos — Bom, já que estamos esperando tanto, eu vou pegar um café você quer?
— Sim. Por favor! Sem leite e sem açúcar.
Ele acenou afirmativamente e se levantou para ir até alguma máquina de café espalhada pelo hospital.
E a espera era tão longa e sem informações que eu já estava ansiosa. Rodolfo voltou me entregou um copo de isopor com café quente e eu passei a beber e encarar a parede a minha frente. Tinha que ligar para o meu irmão, mas eu só ia fazer se tivesse notícias concretas. Também precisava falar com Igor, avisar que os planos de volta para casa mudaram um pouco e que provavelmente teríamos que esperar. E ainda precisava conversar com Felipe.
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Enigma.
Fiksi PenggemarAté onde você iria em prol de um benefício próprio? Valentina e Luiza poderiam ir facilmente até o mais longe possível, para conquistar aquilo que lhes era desejado. Mesmo que isso lhes custasse a própria vida. A Polícia Federal nunca mais foi a m...