015. - Ponto de vista.

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Olá! Obrigada pela companhia de vocês.

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Valentina Albuquerque

Nem nos meus melhores e mais desconexos sonhos eu imaginei viver tudo isso em três meses, e olha que eu já me meti em cada loucura nessa vida. Mas certamente estar namorando a Luiza e pior, ser bem quista pela família dela é com certeza o top um de loucuras já vividas por Valentina Albuquerque, quando o Igor souber tenho certeza que vai pirar e eu não adiantei nada do assunto, quero falar com meu melhor amigo pessoalmente, trocar figurinhas com ele como nos velhos tempos, o Igor sabe muito bem como eu me sinto quando o assunto é aconchego familiar, desde que a minha própria família resolveu ir embora de uma vez, eu não sei o que é isso, não me permito ser acolhida por ninguém e a família da Luiza pareceu quebrar essa barreira com exímia facilidade. Eu ainda não sei muito bem como retribuir, para além de demonstrar a minha alegria e gratidão, mas tenho certeza de que teremos tempo para isso.

A Luiza... eu estou completamente apaixonada por ela e é tão bom dizer isso sem precisar me esconder ou mentir para mim mesma, ela me trata bem, me faz sentir tudo que é bom através de seu toque, de seus beijos, e principalmente da sua presença e carinho. Confesso que eu ainda estou vivendo nas nuvens, e com um pouco de medo desse futuro com ela, afinal, ela já teve uma história, já viveu outra experiência e eu não passei de ficantes fixas que assim que me viam com uma arma na mão corriam sem olhar para trás. Pelo menos por esse lado eu saio ganhando, ela também é boa com armas e agora será a minha chefe, devo obediência a minha namorada delegada. Falando nisso, o Felipe vai surtar e me chamar de rouba esposas alheias assim que souber de tudo isso, e é óbvio que eu vou fazer questão de contar, ele é uma pessoa muito importante na minha vida, jamais esconderia qualquer coisa dele, porém isso não inclui a minha arma com numeração raspada, claro.

Dormimos pouco mais de quatro horas durante a noite, minha última noite no Rio de Janeiro com a minha namorada, em seu quarto extremamente bonito, digamos que dormir não era da nossa vontade aqui, e realmente a vista da cama é ainda melhor e do sofá da varanda também e eu espero muito que ninguém tenha escutado nada, porque digamos que a Luiza não sabe muito ser discreta quando o assunto é ter um orgasmo, e eu sei muito bem o que fazer para que ela esqueça a descrição e ela também sabe fazer o mesmo comigo, enfim. Foi ótimo como sempre, como a primeira vez naquele quarto da Enigma, mas com a diferença gritante de estar amando a minha mulher, tudo muda de figura quando a gente consegue viver isso com quem a gente ama.

— Amor, já está acordada? — A voz rouca de sono de Luiza me tirou do meu torpor. — Que foi? Perdeu o sono?

— Não, Lu. — Ouvi seus passos lentos vindo atrás de mim na varanda e a senti me abraçando por trás — Estava aqui admirando a paisagem, eu estou apaixonada por essa vista.

— Hum, só pela vista que você está apaixonada? — Beijou a curva do meu pescoço.

Virei meu corpo de frente para ela e a abracei também pela cintura colando nossos corpos, cobertos por duas camisetas longas somente. Neguei com a cabeça e fiz um movimento para que o meu seio friccionasse no dela, Luiza riu com os olhos pequenos de sono e deixou um outro beijo agora no meu ombro.

— Não, — Neguei com a cabeça com um sorriso entre os dentes — pela vista e pela dona da vista principalmente!

A puxei para dentro do quarto de volta depois que vi seus pelos se eriçarem com o vento gelado que estava batendo na varanda, sentamos na beirada da cama um de frente para a outra e eu perdi alguns segundos admirando a beleza de Luiza, como é que podia ser tão linda mesmo toda amassada e sonolenta, tinha um rosto calmo, complacente, e vendo assim tão de perto eu me peguei imaginando mil coisas sem sentido que não vem ao caso agora. A trouxe para dentro do meu abraço apertado e me deixei repousar em seu peito, inspirando aquele aroma frutado que já era conhecido por mim.

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