017. - Desafios.

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Vocês não sabem o prazer que é estar de volta, capítulo gostoso pra vocês. Aproveitem a leitura!

Valentina Albuquerque.

Estou com o coração na boca desde que desliguei o celular na cara da Luiza, eu sei bem como ela se vale da sua autoridade para conseguir o que quer, de certa maneira eu admiro isso nela, mas simplesmente ignorar a minha vontade para ter a dela atendida é muito difícil de aceitar. Eu preciso ir até Brasília e se engana quem acha que eu estou meramente me escondendo, pois não se trata disso. Eu vou unir o útil ao agradável e não é como se fosse do outro lado do mundo, muitas vezes eu recebi diversas ameaças, claro porque a gente mexe com muita gente da pior espécie e eu nem sempre estou de touca ninja disfarçando o meu rostinho angelical e é por causa dele que eu sou fácil de ser identificada e principalmente perseguida. No entanto, em cinco anos de polícia isso nunca me incomodou. Nunca, inclusive agora, e eu não quero que a influência da Luiza aumente essa história mais do que o necessário.

— A Luiza está soltando fogo pelas ventas. — Anunciei a Felipe.

— Não temos como mudar isso Valentina, você precisa ir. Além do mais, é uma decisão maior do que ela.

— Eu sei, chefe. Só estou te avisando que por conta de uma birra sua a gente se desentendeu. — Pontuei dando de ombros. — Você sabe que essa história está muito mal contada.

— Valen, você vai. — Foi firme — Não tem escolha e você mesma disse que quer ir.

— Não é questão de querer e sim de precisar, essa história é coisa sua, estão me ameaçando por sua causa.

Felipe me ensinou boa parte do que eu sei sobre a polícia, é o que eu sempre digo, é o meu mentor, mas eu sirvo de para-raios para ele em diversas situações e essa é uma delas. Interceptaram o carro que eu estava voltando para a capital e me falaram via rádio que ou ele parava com a investigação ou eu iria ver com quem estávamos nos metendo. No entanto, nós somos a polícia de maior peso no país, é inadmissível acatar ameaça de gente pequena como esses coronéis.

— E agora ou você vai ou a gente te perde. — Seu tom era de quem queria encerrar o assunto — E eu não quero isso, eu me entendo com a Luiza, por favor, vamos trabalhar. Eu já estou preocupado o suficiente.

— Tá bom, chefe. — Juntei alguns papéis para sair da sua sala — Eu tenho uma reunião agora com a Tânia, e depois eu vou almoçar.

Não esperei resposta, é por isso que eu prefiro viver trancada na minha sala, assim eu não preciso conviver com pessoas especialmente difíceis como o meu chefe. Meus fones de ouvido são a minha melhor companhia dentro dessa sede.

— Valen. — Tânia, a papiloscopista me abordou no corredor e eu segurei um xingamento. Ela não tinha culpa do meu estresse. — Podemos começar? Eu preciso sair um pouco mais cedo para buscar o meu filho e...

— Claro, claro! Vamos. — Cortei seu quase monólogo e fomos até a minha sala.

O papiloscopista é o técnico encarregado de executar análises que contribuam para identificação de suspeitos ou desaparecidos. Para isso, ele precisa examinar as digitais impressas nos ambientes e realiza retratos falados.

Estamos com um caso de um menino de 8 anos, desaparecido de Santana, visto pela última vez próximo do parque da juventude e eu estou à frente desse caso desde antes de Campo Grande, é sobre ele que iremos falar, a civil já fez a parte dela na investigação e agora está conosco. Já revirei o depoimento dos familiares do avesso, e agora espero que a Tânia traga algo concreto.

— Existem indícios que mostram que o menino estava nos fundos do parque junto com outra criança mais velha, então essa teria sido a última pessoa que teve contato com ele...

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