31 - Contra o mundo

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Narrador

Para Luiza e Valentina se separar não era uma opção nem mesmo uma possibilidade. Ambas teriam prometido uma a outra de que elas passariam por todas as circunstâncias juntas e seria elas contra o mundo.

O casal se entreolhava tentando buscar respostas uma na outra mas ambas tinham certeza do que queriam.

- Não, Luiz! De jeito nenhum! Se separar não é uma opção. Eu já fiquei longe da Valentina pela minha mãe e agora não vou ficar mais. Não é, amor? - Luiza encarava Valentina na esperança de que ela concordasse.

- Claro, claro, amor! Nós estamos e continuaremos juntas. - Valentina segurou a mão da sua namorada.

Valentina sentia o seu coração doer, ter uma mãe presa injustamente pela sua sogra, de fato, não era nada planejado. Durante três meses, a designer evitou a mãe por achar que ela tinha se envolvido propositalmente e pensar nisso fazia ela se sentir pior. O sentimento de tristeza também a consumia pelo fato da sua namorada ter uma mãe capaz que realizar planos maldosos contra a própria filha para satisfazer o seu ego, mas ela sabia que não poderia culpar a sua namorada pelos feitos da mãe dela. Esses pensamentos pairavam em sua cabeça enquanto Luiza tentava se recuperar de um longo choro.

- O-obrigada, doutor! Obrigada por ter nos contado a verdade. Eu precisava saber e acredito que a Valen também. Nós vamos tirar o dia pra digerir tudo e amanhã pensamos no que iremos fazer. Mas de uma coisa tenha certeza, eu vou deter a Helen nem que eu mova montanhas para isso. - A chefe enxugava uma lágrima ao falar.

Um dia depois | Harmony Hotel

Luiza perambulava pela sua sala incessantemente tentando lidar com uma dor de cabeça gritante pelo fato de não ter dormido a noite, e ao mesmo tempo, buscando alternativas de desmascarar a própria mãe.

Sua inquietação logo seria cessada ao ouvir uma batida na porta.

- Entra! - Gritou.

- Oi, dona Luiza. Me chamou?!

- Laura! Preciso saber. Você realmente está comigo ou com a minha mãe?

Luiza apoiava seus braços em sua mesa fitando a sua funcionária com seu olhar na esperança de que a resposta fosse a que ela queria.

- A senhorita não precisa nem perguntar. Claro que estou do seu lado! - Disse com empolgação.

- Certo! Preciso que convença a minha mãe para ir até o hall do hotel.

- O QUE? Como vou fazer isso? - Laura aumentou o tom da sua voz involuntariamente - D-esculpa! É que a dona Helen é desconfiada, você sabe...

- Laura, eu preciso que me ajude e preciso da sua mente pra pensar comigo. Eu preciso acessar o notebook dela e para isso ela não pode estar aqui!

- Na verdade... Tem um jeito da senhora conseguir acessar sem que eu a leve para o hall. - Laura disse enquanto Luiza erguia sua sobrancelha ao ouvir.

- Oi? Como assim?

- A Dona Helen sempre está saindo as 13:30, logo após o almoço. Ela demora cerca de vinte minutos pra voltar. - Disse a secretária com convicção.

- Como você sabe disso? - A chefe exalava dúvida.

- Eu a observo todos os dias a partir de agora.

- Ótimo! Me dê o sinal quando ela sair, por favor. E eu vou precisar da sua cobertura, ok?

Laura assentiu e saiu da sala da chefe animada ao saber que finalmente a Helen poderia ser desmascarada.

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