32 - A Cena

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Luiza's Voice

Eu estava impaciente, saber que a minha mãe me investigava e agora me monitorava era desesperador. Parecia que eu estava vivendo em um pesadelo e queria ser acordada o mais rápido possível.

Pensei que como ela tinha acesso a câmera, certamente ela não acreditaria que eu e a Valentina teríamos terminado já que nós beijamos há umas horas atrás. O mais indicado seria fazer algo que fosse a convencer de que realmente houve um término.

Resolvo chamar a Laís e solicitar a exclusão da gravação afinal ela precisaria acreditar que terminamos. Aproveitei para arquivar algumas fotos que tínhamos juntas nas redes sociais afim de evitar qualquer deslize, Valentina faria o mesmo.

Eu estava desconfiada de tudo e de todos, então precisava confirmar todas as minhas dúvidas ou literalmente iria enlouquecer. Disquei o número do Antônio, um ex amigo do meu pai que também era polícia e trabalhava com ele. Eu sabia que o doutor Luiz era realmente amigo do meu pai mas precisava confirmar se ele era confiável ou não.

*A: Alô?!
L: O-oi! Antônio, aqui é a Luiza Campos, filha do Augusto Campos, lembra de mim? Infelizmente nós conhecemos no dia fatídico...
A: Oi, Luiza! Claro que lembro. Não poderia esquecer da filha de um dos meus maiores parceiros. No que posso ajudar?
L: É... Você pode achar estranho... Mas você conhece o advogado Luiz Carlos?
A: Sim, claro... Ele é nosso amigo aqui da delegacia. Algum problema?
L: Então... Ele está nos ajudando com outro caso, queria saber se ele tem alguma relação com a minha mãe que o senhor saiba ou desconfie... Não estranhe, é que a minha mãe não é flor que se cheire e ele sabe muita coisa dela. Por isso, queria confirmar.
A: Posso ser sincero? Ele nunca gostou muito da dona Helen. Eu acho que seria muito difícil ele ter algum tipo de relação com ela, mas se está com dúvidas, fique em observação.
L: Ah, perfeito! Obrigada, Antônio.*

Aquela ligação tinha sido necessária pra me acalmar mais em relação ao advogado, óbvio que eu iria confirmar se ele realmente não estava do lado da minha mãe, mas eu tinha tirado uma boa parcela da minha desconfiança das costas.

Minha cabeça não parava, diversas teorias e ideias surgiam me impedindo de trabalhar naquele dia. Solicitei que a Laura investigasse o advogado e adiasse a minha reunião com ele hoje. Posteriormente pedi que seguisse a minha mãe nos dias que ela saía às 13:30. Laura por um momento se mostrou preocupada mas logo garanti que ela estaria protegida oferecendo um dos meus seguranças para acompanha-la. Eu precisava saber o porque que ela saía no mesmo horário.

Dois dias depois

Abri os olhos mais um dia preocupada e desconfiada, era uma sensação indescritível: acordar na sua própria casa com medo de estar sendo vigiada pela sua própria mãe.

Levanto, faço minha higiene pessoal e pego o meu celular para dar bom dia a Valentina. Infelizmente esses dias estávamos tendo contato apenas on-line e iríamos nos ver apenas no final de semana. Enquanto isso, solicitei ao T.I do Harmony o qual já tinha intimidade para verificar o meu celular e o da Valen afim de descobrir se havia algum aplicativo de rastreio. Eu sabia que a minha mãe poderia ser capaz de tudo. Mas, felizmente, não havia nada, o que facilitou o nosso contato.

*L: Bom dia, princesa! Dormiu bem? Tenha um ótimo dia!
V: Bom dia, linda! Desejo o mesmo mas não dormi tão bem porque você não estava do lado...*

Sorri involuntariamente ao ler aquela mensagem, era incrível o efeito que a Valentina tinha sobre mim. Ela, mais do que ninguém, me fazia feliz e completa. Não sei o que seria de mim agora se não tivesse ela do meu lado.

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