Luiza's Voice
A Laura estava paralisada na minha frente, sua pele que já era clara, agora estava pálida. Eu estava surpresa por ela querer expor minha mãe para mim, já que ela estava num complô contra mim.
- Fala, Laura! - Falei assustando ela sem intenção.
- É... Posso sentar?
Indiquei minha mão para a cadeira em frente a minha mesa para que ela se sentasse. Foi o que ela fez. Ela ficou paralisada na minha frente o que me deixava impaciente.
- E?
- Então, dona Luiza. Primeiro queria dizer que eu não sou quem a senhora pensa, e sinto muito por deixar chegar a esse ponto. E-eu fui paga pra isso, paga para levar informações suas para dona Helen. E como eu preciso do dinheiro, infelizmente, eu tive que fazer isso. Me desculpa por ter perdido sua confiança, dona Luiza, não foi a intenção... - Disse cabisbaixa.
Como a minha mãe seria capaz de pagar para ter informações pessoais da própria filha? Eu não estava conseguindo processar o que a Laura estava dizendo.
- Inacreditável. - Eu balançava a cabeça negativamente. - Mas vindo da minha mãe, eu não deveria me surpreender.
- Ela disfarça e esconde bastante coisa.
- Mais? - Me assustei ao ouvi-la.
- Eu acho que a dona Helen tem alguma movimentação com o caso da mãe da sua namorada...
- O QUE? - Meus olhos arregalaram e eu fiquei boquiaberta.
- Isso mesmo que a senhora ouviu. Eu não sei exatamente o que ela fez ou o que ela tem a ver, mas eu flagrei uma ligação suspeita num dia que eu... estava indo falar sobre a sua viagem. No telefone, ela falava com alguém para "dar conta da Catarina". Eu lembrei sobre esse caso e fui procurar mais na internet, acabei vendo uma matéria que saiu na época e liguei os pontos, vi que era a mãe da sua namorada. Acredito que para ela não aprovar o seu namoro, deve haver algum motivo relacionado a isso.
- Mas como você sabe que ela é mãe da minha namorada? - Perguntei e sentia meu coração acelerar.
- Eu perguntei ao Dr. Luiz. Menti que era a dona Helen que estava com essa dúvida, e ele respondeu...
- Meu Deus! - Eu ofegava.
Eu sentia o meu corpo trêmulo, minhas mãos suavam, minha visão estava turva. Laura percebeu e correu até a minha cadeira. Os meus ouvidos já não conseguiam captar mais nada que ela falava. Parecia que eu via o mundo desabar diante dos meus olhos.
- Dona Luiza! Luiza! - Ela berrava.
Em seguida, o choro tomou conta de mim e eu percebi a Laura me abraçar. Não tinha forças pra retribuir, apoiei meu rosto sobre o ombro dela e chorava incessantemente. Senti doer cada célula do meu ser naquele exato momento.
- Desculpa, dona Luiza. Eu não queria causar isso na senhora...
- Você fez o certo, Laura. - Eu falava em meio ao choro. - Você não tem culpa de eu ter uma mãe dessas. EU NÃO ACEITO! - Gritei.
- Calma! Ei, calma. A senhora não pode se estressar muito por conta da sua ansiedade, lembra? - Senti preocupação na fala dela.
Coloquei as mãos sobre o meu rosto enxugando minhas lágrimas, em seguida respirei fundo. Ela voltou a se sentar na mesa visto que eu já tinha melhorado.
- Por que resolveu me contar isso?
- Eu vi que isso estava te prejudicando e... você poderia descobrir de uma forma muito pior. Eu estou disposta a te ajudar a saber o que a dona Helen tanto esconde, se for pro seu bem e o da dona Valentina, eu me arrisco.
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ACASO
Ficção GeralLuiza e Valentina se conhecem no momento mais difícil da vida delas. Cada uma em uma fase diferente da vida, e o que elas menos precisam é de pessoas ao redor dificultando esse momento. O que não acontece. O que será que o acaso reserva pro destino...