8 - Conserto

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Valentina's Voice

A noite parecia vazia, a impressão era de que o tempo não passava, eu sentia um vazio enquanto me virava inquietamente de um lado pro outro na cama na tentativa de dormir.

Parecia que eu havia me acostumado com as saídas com a Luiza ou pelo menos de ter ela pelas noites. A semana foi completamente intensa. Vi a Luiza no bar domingo, na segunda-feira conheço ela pessoalmente e na sexta-feira nos beijamos como se tivéssemos nos conhecido há muito tempo. O beijo encaixou, havia química, tesão, desejo. De ambas as partes.

Por outro lado, era tudo muito recente. Muito prematuro. Ela aparentemente tinha saído recentemente de um relacionamento, e eu ainda não estou preparada pra lidar com confusão amorosa.

Meu último namoro foi traumatizante e o medo me consumia pelo sentimento que eu tava cultivando pela Luiza. Digamos que eu estava com medo do que podia acontecer.

Decido ignorar meus pensamentos e dessa vez, tentar dormir de verdade.

Luiza's Voice

Estranhei a Valentina não visualizar minha mensagem mas também não queria ser incisiva - apesar de saber que eu sou - hoje eu deixaria ela no canto dela.

Decido ligar pra Eduarda, além dela me distrair com as histórias doidas dela, ela sempre tinha O conselho.

*L: Boa noite, gatona. Demorou pra atender assim por que? Sextando como eu queria estar?
E: Quem dera, mana. Estou me arrumando pra ir num barzinho, vamos? Chama a sua gata, quero conhecer.
L: Ai, amiga. Isso é quase impossível. Mas se divirta! Depois a gente se fala.
E: Ei, o que houve?
L: Nada demais, depois te conto. Não vou atrapalhar sua noite, ok? Vai se divertir.
E: Luiza, se você não me falar agora eu juro que...
L: CALMA! Amanhã eu te ligo e...*

Bip de ligação finalizada

Não acredito! A Eduarda teve a coragem de desligar na minha cara. Amanhã ela me paga.

Me arrumo pra deitar e ler um livro pra obviamente evitar pensar da Valentina apesar do meu coração estar praticamente pulsando o nome dela. Após uns 20 minutos, ouço uma batida na porta do meu quarto.

- Agora pessoalmente tu vai me contar?

- Eduarda!

Ela mora perto de mim e não sei como não imaginei que ela poderia fazer isso.

- Tu sabe que eu me preocupo com você, amiga.

- Mas não precisava vim aqui, essa hora todos os seus amigos devem estar te esperando no barzinho.

- Eles estão mas eles esperam um pouco mais. Agora quero cuidar da minha amiga.

Ter a Eduarda ali me fez desabar sobre o colo dela e chorar incessantemente, eu estava muito sensível essa semana, claro. E após o acontecido, eu estava me sentindo frágil, doída, confusa, culpada. Contei os detalhes pra ela que me ouvia com atenção e sem julgamento qualquer.

- Mas então, tu vai ficar chorando ou vai fazer algo pra mudar isso? Se eu pego essa piranha da Camila na rua... - Ela falava imitando uma briga.

Eu soltei um riso em meio a uma lágrima. A Eduarda sempre soltava pérolas.

- Eu vou me resolver com ela. Não entendi o motivo daquele show ridículo.

- Você entendeu sim, amiga. Só precisa colocar ela no lugar dela. A briga no bar não justifica que você ainda goste dela e muito menos que ela tenha o direito de aparecer assim querendo atrapalhar a sua vida. E ela sabe que você estava completamente bêbada.

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