42 - Inexplicável

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Valentina's Voice

A nossa noite tinha sido perfeita, eu estava inebriada de tanto prazer que a Luiza tinha conseguido me proporcionar. Abri os olhos pesados e observei ela dormindo, achava impossível ser tão bonita até dormindo. Mas ela conseguia o feito.

Como de costume, levantei e fui ao banheiro para realizar a minha higiene pessoal. Quando voltei, Luiza continuava dormindo. Preferi não acorda-la e ir para casa me arrumar para o trabalho.

Ao chegar no trabalho, Cleber fez sinal com as mãos indicando que eu fosse na sala dele.

- Bom dia, Cleber! No que posso ajudar?

- Bom dia, Valen! Pode entrar. Senta aí! - Eu entrei na sala e me sentei sobre a cadeira de frente para ele.

Estava confusa, o Cleber geralmente se comunicava comigo no próprio escritório e atualmente na minha nova sala.

- Então Valen, você já falou sobre home office uma vez, lembra? - Perguntou.

- Lembro... - Respondi desconfiada.

- Então, tenho uma excelente oportunidade pra você! Estamos reduzindo custos na empresa, como água, luz, coisas básicas. Então queria que continuasse trabalhando pra mim, agora com menos demanda só que no conforto da sua casa. Será bom pros dois lados, o que acha? - Ele sorria - Ah, e fica tranquila que só ficarão aqui os funcionários de marketing.

- Que notícia maravilhosa! Já posso ir pra casa? - Suspirei aliviada e soltei uma gargalhada.

- Tu nem gosta né, dona Valentina... - Ele riu - Vai lá, hoje tem apenas aquele trabalho pra clínica de estética, lembra?

- Lembro sim. Pode deixar, chefinho! Você é demaissss! - Comemorei.

- Eu sei, eu sei - brincou - e as aulas com o André? Como estão?

- Ah, foi legal...

- Legal? Valentina... você não gostou da didática dele? Qualquer coisa posso conversar com ele e...

- Não! Não, Cleber! - Respirei fundo - Ele só foi... invasivo.

- Em que sentido?

- Ele foi dando em cima de mim, me pegando. Mais um dia homem achando que pode tudo com qualquer uma que aparece na frente deles.

- Puts... Sinto muito, Valen. Se for muito desconfortável pra você, eu falo com ele. - Seu semblante demonstrava preocupação.

- Não precisa, sério. A Luiza foi me salvar e vai na próxima aula também! E... depois disso né, parece que ele se tocou.

- Ufa, que bom! Senão ia ter um papo sério com esse moleque.

- Obrigada, Cleber! Por tudo, viu? - Estendi minha mão pra ele que retribuiu apertando minha mão.

- Que isso! Você é a minha melhor funcionária mas não conta pra ninguém, hein?!

Nós rimos e em seguida me despedi dele para dar partida de volta para casa. Por um lado pensei que ele poderia ter essa conversa por telefone mas eu entendo o lado dele. E eu estava muito feliz por finalmente poder trabalhar em casa e ter a oportunidade de captar clientes próprios pela
Internet também. Fora o tempo livre que eu teria.

Ao chegar em casa novamente, cumprimento o Fred e vou dar uma breve arrumada na casa. Agora que a minha mãe estava presente eu fiquei bem mais estimulada pra cuidar do lar.


Bip de ligação

*L: Bom dia, gostosa! Acordei e você não estava do meu lado... que tristeza.
V: Bom dia, minha gostosa. Você tava num sono tão bom que me deu dó de acordar... não vai trabalhar hoje?
L: Não, a minha tia está cuidando de algumas coisas por lá, aprendendo com a Laura e a Laís.
V: Hum... Então, não quer vim me visitar?
L: No trabalho?
V: Em casa... Vem e aqui eu te conto tudo.*


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