38 - Surpresa

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Narrador

Aquela mensagem surgiu como um vulcão para Luiza, de fato, mexeu com todos os seus sentidos. Ela sentia o seus pêlos se arrebitarem e o seu corpo ser consumido por um arrepio intenso. Naquele momento, sentiu uma falta imensa do seu pai, o seu Augusto Campos que tanto doava o seu amor e carinho para ela. Não só pra ela mas pra todos aqueles ao seu redor. Luiza só precisava dele ali.

Enquanto o elevador dava partida subindo para o andar solicitado, a chefe procurava em seu celular uma foto com o ser pai para tentar amenizar a saudade que te devorava. Ao dedilhar o álbum de fotos, encontra uma foto deles no Farol de Itapuã, na Bahia. Ali, sentiu falta da minha verdadeira essência que havia sido devorada pela sua mãe.

A moça foi despertada pelo toque do elevador ao pousar no andar indicado, ficou paralisada ao olhar aquele imenso corredor na dia frente. A verdade é que ela não tinha mais vontade nenhuma de estar ali. Não era o que ela almejava, não era o que ela sonhava, não era o que ela queria pro seu futuro. A sua mãe tinha engolido o seu sonho e ela teria permitido isso sem ao menos se tocar.

Ao passar pelo corredor, dá de cara com a sua atual secretária, Laís que logo lhe avisa sobre o humor de sua mãe. Luiza não dá ouvidos e se direciona até a sala da presidente.

- Bom dia, dona Helen! Feliz? - Ela encarava sua mãe que estava com uma feição completamente furiosa.

- O que você quer uma hora dessa, Luiza?

- Vim saber como está... Já sabe sobre o julgamento? Vi seus funcionários comentando...

Luiza blefava, a informação teria vindo do advogado mas ela sabia perfeitamente que não poderia contar isso. Ela queria testar a Hellen de qualquer jeito.

- Como assim? - Helen se levantou da sua cadeira e caminhava incessantemente de um lado para o outro - As pessoas já sabem do julgamento? EU ACABEI DE SABER!

- Nossa.. E tu só iria me contar quando? Já me escondeu tanta coisa... - Luiza esticou suas pernas e apoiou sobre a mesa de escritório deixando sua mãe incrédula com a provocação.

- Luiza Campos! - Ela respirou fundo - Você não me respeita mais!

- E você, Helen? Você me respeita? - A filha olhava diretamente nos olhos de sua mãe.

Helen caminhou diretamente para a porta de sua sala, abriu a mesma com braveza e olhou para Luiza.

- Vai trabalhar. Agora! - Ordenou

- Fica pra próxima. Quem sabe quando você for julgada, condenada...

- O QUE? - Helen ensaiou dar um tapa sobre o rosto da sua filha - Sai daqui. Eu sou inocente e você vai comprovar isso no dia do julgamento.

Luiza se levantou, se aproximou de sua mãe, em seguida balançou sua cabeça negativamente e riu.

- É o que vamos ver.

Saiu da sala andando pelo enorme corredor, tocou sutilmente no botão do elevador solicitando o térreo e ligou para sua psicóloga avisando que estaria indo direto pra o seu consultório. A sua consulta seria a tarde mas ela precisava conversar com sua terapeuta o mais rápido possível. Felizmente, a profissional sempre a atendia quando ela precisava e caso conseguisse a encaixar na sua agenda.

Pegou o seu carro no estacionamento e deu partida para o consultório, como já era rotina, ligou o som do carro e colocou uma playlist aleatoria para se distrair no caminho.


(...)


- Luiza, querida! O que houve? - Nara, a sua psicóloga, a esperava na porta do seu consultório.

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