39 - Gran Finale

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Na sala de espera do fórum, haviam poucas pessoas: estava composto por Helen e seus 2 advogados, Luiza, Valentina, o advogado Luiz que fazia parte da acusação e seu assistente. Luiza não poderia testemunhar contra a sua própria mãe mas queria estar presente pra fazer jus a sua própria atitude.

- Luiza... - Luiz estava ofegante - Conversei com o promotor e fui informado que ninguém poderá assistir a audiência.

- QUE? POR QUE? - Luiza falava com tom exaltado em sua voz - EU QUERO, EU PRECISO PARTICIPAR!!!!

- Amor... Calma. - Valentina segurava Luiza pelo braço.

- Infelizmente o juíz não permitiu. Serão apenas advogados, o promotor, escrivão e a acusada.

Luiza foi tomada por uma ansiedade que consumia cada poro do seu corpo. Valentina, por sua vez, colocou os fios de cabelo de sua namorada por trás da orelha e acariciou o seu rosto dando todo carinho que poderia oferecer naquele momento.

- Princesa, independente da sua presença lá, o que for de ser, será. É até melhor pra sua mente não presenciar tudo... - Valentina desabafou.

Luiza custou a aceitar mas assentiu com a cabeça e se sentou sobre as cadeiras que haviam na sala de espera. Sentiu uma lágrima cair em seu rosto e enxugou rapidamente sem querer demonstrar fragilidade.

Valentina levou a sua mão até a da sua namorada e entrelaçou as mesmas. Ambas sorriram uma pra outra e a chefe sabia que tinha o seu alicerce ali, do seu lado.


DENTRO DO TRIBUNAL

- Bom dia a todos, nessa manhã de 28 de maio de 2023 nesse tribunal de justiça do estado do Rio de Janeiro, eu na condição de juíz, declaro aberta a sessão conforme a lei 1837. Tendo com réu senhora Helen Pacheco da Silva acompanhado de seus advogados, doutor Afonso Correia Pereira e doutor Fábio Franco Brito. Como promotor temos o excelentíssimo senhor Valdemir Almeida Biturini e advogado de acusação, doutor Luiz Lins de Assis.

O juíz agora dava início a audiência que mudaria não só a vida da Helen, mas de todos ao seu redor.

Do lado de fora, Vera caminhava perdida procurando a sala de audiência. Valentina não conseguia entender mas enxergou de longe a sua vó e ainda estava sem acreditar no que estava vendo. Ela segurou firme a mão da Luiza e esperou a senhora se aproximar.

- O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO AQUI? - Valentina se exaltava ao falar e a fúria tomava conta do seu olhar.

- Olá, bom dia, Valentina! Tem mais educação não? - Vera debochou.

- Com uma vó dessas, é impossível ter educação... O-QUE-VOCÊ-ESTÁ-FAZENDO-AQUI?

- Ué... Vim ser testemunha. - Vera se vangloriava ao dizer.

- O QUE? - Valentina arregalou os olhos - Como você é capaz disso? Você sabe que essa mulher foi a responsável por colocar minha mãe na cadeia, compactua com isso e ainda vem testemunhar a favor dela?

A moça sentia sua respiração ficar cada vez mais forte, seu peito subia e descia, a sudorese tomava conta do seu corpo. Ela impulsionou seu corpo em direção a sua vó afim de confrotá-la, e logo foi segurada pela Luiza.

- Amor, pelo amor de Deus! Para! Não vale a pena! - Luiza tentava segurar a Valentina pelos braços, o que era difícil pois a designer tinha muita força.

Uns seguranças ouviram a confusão e apareceram tentando conter a Valentina que se acalmou por um instante, em seguida sentou sobre a cadeira se debruçando em lágrimas. Vera, por sua vez, foi colocada em outro local para evitar conflitos entre ela e sua neta.

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